A Terapia Ocupacional na prevenção do suicídio – de redescobertas a reencontros
Correntes como Baleia Azul e Momo expõem um problema grave de saúde mental no país. Embora não seja algo novo, a preocupação está no crescimentoe na propagação desse tipo de ocorrência. No Brasil há, em média, um suicídio a cada 45 minutos, e, no mundo, um a cada 45 segundos, conforme dados do Centro de Valorização da Vida (CVV). Visando à prevenção, a organização criou, em 2015, a campanha Setembro Amarelo.
Neste ano, o COFFITO apresenta um pouco da atuação da Terapia Ocupacional na área da Saúde Mental, especialmente na prevenção de suicídios, reforçando, assim, a relação da profissão com o tema. De acordo com a vice-presidente do COFFITO, Dra. Patrícia Luciane Santos de Lima, que convive com essa situação no ambiente de trabalho, o transtorno não se restringe a uma faixa etária, podendo ocorrer com crianças, adolescentes, jovens e até idosos.
Segundo ela, os seus pacientes correspondem a todas as faixas etárias, com diferentes situações que os levaram a essa condição. No caso dos adolescentes, por exemplo, transtorno de gênero, alteração de imagem corporal, Bullying e Ciberbullying, exaustão e abandono são as principais razões. “A pressão familiar e da sociedade para aumento do desempenho na escola e nas atividades extracurriculares e a rotina atribulada dos pais que, mesmo sem perceber, geram um estado de abandono, são motivos que podem levar a um distúrbio psíquico”, completou.
Para a Dra. Patrícia, o tratamento da ideação suicida, ou seja, o pensamento sobre suicídio, atitudes ou planos que o indivíduo tem para se matar, deve ser contínuo, uma vez que há um dispositivo que impulsionou o paciente à tentativa. “Precisamos retirar a pessoa do estado de menos valia e tristeza profunda e incluí-la em situações nas quais a vida tenha um significado”, destacou.
Nesta área, a Terapia Ocupacional pode auxiliar na redescoberta e ressignificação dos papéis ocupacionais do indivíduo. A estruturação da rotina pode ser adotada, com o objetivo de reorganizar as circunstâncias que incomodam o paciente, pois, muitas vezes, ele não consegue lidar com situações complexas do cotidiano, e passa a enxergar a morte como única saída.
Ocupar, compartilhar, trocar e incluir são verbos que permitem o existir. A Terapia Ocupacional conta com oficinas e projetos que visam não só à ocupação em si, mas, também, ao compartilhamento, à troca e à inclusão, fazendo com que o indivíduo exista de forma plena, sentindo-se útil e produtivo.
O terapeuta ocupacional também pode facilitar a comunicação com outros profissionais e familiares envolvidos. Essas ações referem-se à construção de planos de cuidado para cada caso, além de definição e aplicação de medidas de apoio para o paciente e sua família.
Considera-se que a prevenção do suicídio é um movimento que engloba aspectos biológicos, psicológicos, políticos, sociais e culturais, no qual o indivíduo é considerado como um todo em sua complexidade, portanto a equipe multiprofissional é primordial nesse processo.
Conheça mais sobre a campanha e sobre as formas de prevenção no site www.cvv.org.br.
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