30 de janeiro de 2008

SOS Saúde: filme alfineta governo norte-americano e provoca discussão sobre saúde pública

“SOS Saúde é um filme provocativo, instigante e crítico. Apresenta uma série de episódios importantes para que profissionais de saúde e a população em geral, avaliem e reflitam sobre os caminhos que o sistema de saúde deve trilhar no país”. A definição é do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que participou da exibição do filme na noite da ontem, 29, no Cine Brasília, na capital federal.

O filme mostra histórias de vários americanos comuns cujas vidas foram despedaçadas e, em alguns casos, arruinadas pelo catastrófico sistema de saúde americano. A película aponta que a crise não somente afeta os 47 milhões de cidadãos que não têm seguro saúde, mas também outros que pagam as suas prestações e que estão freqüentemente lutando com a  burocracia e com suas regras oficiais obscuras.

A vice-presidente do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Dra Ana Cristhina Brasil, também esteve presente na exibição do filme e destacou a importância de críticas como essa, que podem refletir em ações de fortalecimento da saúde pública no Brasil.  

O Filme

Depois de Tiros em Columbine (2002) e Fahrenheit 9/11 (2004), Michael Moore volta a criticar os Estados Unidos e seu governo no documentário Sicko, exibido e aplaudido durante o Festival de Cannes deste ano. Desta vez, o cineasta mostra a deficiência do sistema de saúde americano. O documentário foi inspirado nos homens que participaram do resgate às vítimas do 11 de setembro de 2001. No filme, ele afirma que o sistema de saúde americano não reconhece os danos prejudicados aos que trabalharam no atentado.

Para sustentar seus argumentos, Moore faz comparações diretas entre os EUA, a França e o Canadá. Segundo ele, esses países dão valor a saúde de seus cidadãos, tendo uma cobertura universal de seus planos médicos, o que não acontece no governo americano.

Michael Moore definiu seu documentário como “uma comédia sobre as quase 45 milhões de pessoas sem sistema de saúde no país mais rico do mundo”, segundo a agência AFP. Para ele, o filme serve para “incitar os americanos a agir”.

Além de mostrar imagens chocantes, como a de um homem costurando a própria ferida porque não tem um plano de saúde, Michael Moore também não esconde sua insatisfação com os Estados Unidos quando está frente à imprensa. Durante sua passagem por Cannes em março, ele fez duras críticas a postura do governo de seu país.
“Os Estados Unidos são o único país ocidental a não dispor de cobertura social universal, e o único onde as operadoras de planos de saúde recebem dinheiro público. O objetivo delas não é curar as pessoas, mas maximizar os lucros”, disse ele, segundo o jornal Le Monde.

O diretor também esclareceu que não fez este filme para polemizar. Sua intenção é promover uma reflexão. “Decidi fazer um filme diferente desta vez. Quis dar um tom diferente e dizer coisas de maneira diferente. Cansei de polemizar e não chegar a lugar nenhum”, afirmou.

Agência Coffito e Redação Terra

29 de janeiro de 2008

Projeto dá benefícios para doadores de órgãos e familiares

O Projeto de Lei 2050/07, do deputado Arnon Bezerra (PTB-CE), concede benefícios fiscais e preferência de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) aos doadores de órgãos, bem como a seus familiares. A proposta também pune as entidades de Saúde negligentes na preservação dos órgãos doados.

Pela proposta apresentada, os doadores em vida receberão credenciais de caráter vitalício que permitam o atendimento prioritário no SUS, para todos os procedimentos, inclusive cirúrgicos, de internação e de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). As credenciais também serão fornecidas a descendentes e ascendentes de doadores post mortem, no limite de seis beneficiários.

Os doadores e familiares receberão ainda um dos seguintes benefícios, não cumulativos, no limite de quatro beneficiários: isenção de recolhimento de INSS pelo prazo máximo de cinco anos; liberação da totalidade do saldo pessoal depositado no FGTS; isenção de recolhimento do Imposto de Renda retido na fonte pelo prazo de dez anos; ou isenção de pagamento do IPI na aquisição de automóveis. Pela proposta, os benefícios serão custeados por recursos do Sistema Único de Saúde.

Fila para transplante
Arnon Bezerra acredita que o projeto incentivará a doação de órgãos e resolverá o problema das filas de espera por um transplante. "Em Londrina (PR), por exemplo, em apenas nove meses a fila aumentou 43,6%. Em setembro do ano passado, 482 pessoas necessitavam de transplante de rim, córnea, coração e osso. Atualmente são 692 que aguardam a doação de um desses órgãos. Situações como essas se repetem em todo o País", lamenta o autor.

O projeto exige que os estabelecimentos de saúde notifiquem as centrais de captação e distribuição de órgãos sobre o diagnóstico de morte encefálica de pacientes. Os hospitais também deverão enviar ao SUS a relação de doadores e familiares de doadores post mortem, que terão direito aos benefícios propostos pelo projeto de lei.

A proposta estabelece ainda multa de 200 a 360 dias-multa ao hospital que permitir a inutilização de órgãos doados por negligência, imperícia ou desorganização.

Tramitação
A proposta tramita em conjunto com o Projeto de Lei 4535/04. A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de seguir para o Plenário.

Íntegra da proposta:
– PL-2050/2007
 

Agência Câmara

28 de janeiro de 2008

Proposta prevê distribuição gratuita de seringas pelo SUS

O Projeto de Lei 1692/07, da deputada Cida Diogo (PT-RJ), obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a distribuir gratuitamente preservativos, seringas e agulhas para usuários de drogas injetáveis. Pelo texto, fica a cargo dos órgãos municipais, estaduais e federais gestores do SUS a garantia do fornecimento desses materiais.

A autora ressalta que o uso de drogas injetáveis pode gerar infecção de doenças transmissíveis pelo sangue, como a aids e as hepatites virais B e C, "já que a prática do compartilhamento de seringas é muito freqüente e é feita sem qualquer cuidado sanitário".

Cida Diogo apresenta dados do Ministério da Saúde que comprovam que os usuários de drogas representam um grupo de fácil transmissão dessas doenças. "Os usuários de drogas são um dos grupos mais vulneráveis à transmissão do HIV e hepatites virais, assim como seus parceiros sexuais", argumenta a deputada. Ela destaca também que o uso de drogas contribui para que as pessoas não usem preservativos durante o ato sexual. "Isso aumenta o risco de transmissão de doenças", salienta.

Prevenção de danos
O projeto institui ações para reduzir os danos à saúde dos usuários de drogas. Pelo texto, além da distribuição gratuita de preservativos e de seringas e agulhas descartáveis, o SUS deve realizar campanhas de orientação e aconselhamento sobre os riscos à saúde decorrentes do uso de drogas; e esclarecer sobre procedimentos destinados a diminuir os riscos desse uso. Caso haja solicitação do usuário, ele será encaminhado aos serviços de tratamento de dependência química.

Possíveis trocas
A preferência na distribuição de seringas e agulhas a usuários de drogas injetáveis será pela troca por outras que já tenham sido utilizadas e haja a possibilidade de estarem infectadas. Para a realização dessa troca, os postos de atendimento terão que fazer um cadastro dos usuários e oferecer ou encaminhá-los para tratamento, mantendo sob sigilo seus nomes, endereços e diagnósticos.

As instituições que realizarem as trocas deverão prestar contas mensalmente das seringas e agulhadas trocadas, além de acomodar devidamente esses objetos até serem incinerados ou soterrados em local apropriado, de acordo com as regras de recolhimento de lixo hospitalar.

A parlamentar diz que a necessidade de prevenção de infecções pelo HIV e outros tipos de doenças requer a aplicação de estratégias de diminuição de riscos. Na sua opinião, é melhor atuar em pontos da cadeia de transmissão em que o controle de infecção seja mais fácil.

A deputada assinala ser essencial acabar com as barreiras legais para que a transmissão de doenças graves por meio de objetos compartilhados por pessoas contaminadas seja erradicada. "Eliminar qualquer entrave legal que dificulte a adoção da política de redução de danos entre usuários de drogas é contribuir para quebrar o ciclo de transmissão de doenças graves, já que o compartilhamento de equipamentos é uma das formas mais importantes de disseminação", afirma a deputada.

Tramitação
O projeto tramita em
caráter conclusivo nas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:
– PL-1692/2007
 

Agência Câmara

23 de janeiro de 2008

Ministério da Saúde libera 19,5 milhões de camisinhas para distribuição no carnaval

Brasília – O Ministério da Saúde começou a distribuir cerca de 19,5 milhões de preservativos masculinos para serem utilizados em ações de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e aids durante o carnaval deste ano. Todos os estados e o Distrito Federal receberão camisinhas.

De acordo com o ministério, a remessa deve chegar aos estados até o início da próxima semana e supera em 77% os 11 milhões de unidades enviadas no mesmo período do ano passado.

Os preservativos serão entregues às Secretarias Estaduais de Saúde, responsáveis por repassá-los às Secretarias Municipais de Saúde e organizações da sociedade civil que desenvolvem ações de prevenção. Exceto nos casos do Rio de Janeiro, Ceará e São Paulo que contam com estrutura diferenciada de distribuição.

O lote é o primeiro do ano liberado pelo Programa Nacional de DST/Aids. As camisinhas vêm da remessa de cerca de 1 bilhão de preservativos adquirida em agosto do ano passado pelo Ministério da Saúde. No ano passado, a demora no processo de licitação e de compra dessas unidades provocou redução de cerca de 50% no volume de camisinhas repassadas pelo governo federal.

Por causa desse atraso, os estados tiveram de entrar com contrapartidas maiores do que as normalmente previstas para impedir a falta do insumo à população. Normalmente, os estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste arcam com 10% das camisinhas distribuídas gratuitamente e os do Sul e Sudeste, com 20% do total estimado para cada estado. No caso dos municípios, a proporção é a mesma, só que em relação ao total comprado pelos estados.

Para o chefe da Unidade de Prevenção do Programa Nacional de DST/Aids, Ivo Brito, a liberação do lote encerra a situação de incerteza criada no final do ano passado quando, por causa de problemas na assinatura dos contratos com as empresas estrangeiras fornecedoras dos preservativos, havia dúvidas sobre a entrega de preservativos antes do carnaval.

Segundo Brito, a nova sistemática na compra de material, que inclui uma cota reserva além da quantidade anual necessária, permite que os problemas recorrentes no abastecimento de preservativos sejam resolvidos. “Quando se chega ao final do ano e o processo licitatório não se finalizou, ficamos sempre com déficit de preservativos. É isso que nós estamos corrigindo agora”, afirma.

A previsão do Ministério da Saúde é que um segundo lote de preservativos seja enviado aos estados por volta de 20 de fevereiro, depois que os planos de necessidades dos estados para 2008 forem discutidos e aprovados pelo Programa Nacional de DST/Aids. A estimativa é que o órgão libere este ano cerca de 450 milhões de preservativos, superando a quantidade do ano passado (119,7 milhões) e de 2006 (253,9 milhões).

Brito informou ainda que, além das unidades enviadas para o carnaval, outra carga, com cerca de 25 milhões de camisinhas, está no Brasil para ser certificada e duas outras com igual volume devem ser chegar ao país em fevereiro.

Agência Brasil

23 de janeiro de 2008

Estudo liga falta de vitamina E à decadência física na velhice

A baixa concentração sangüínea de vitamina E, geralmente associada a uma má alimentação, está ligada à decadência das funções físicas nas pessoas mais velhas, de acordo com estudo publicado esta semana no periódico "Journal of the American Medical Association".

A pesquisa foi realizada com 698 pessoas com idade igual ou maior que 65 anos, em Toscana (Itália), entre novembro de 1998 e maio de 2000. As pessoas que participaram da pesquisa continuaram sendo monitoradas durante os três anos seguintes.

Os cientistas mediram a proporção sangüínea de vários micronutrientes deste grupo, entre eles as vitaminas E, B6, B12 e D.

A pesquisa avaliou as condições físicas em relação a testes-padrão, conseguindo estabelecer correlação entre a baixa concentração de vitamina E e a diminuição de suas capacidades físicas.

Radicais livres

Em outra análise, os dados mostraram que a falta de vitamina E é a principal causa da diminuição das capacidades físicas a partir dos 81 anos.

"Esses estudos mostram que um aumento do estresse oxidativo acarreta danos musculares ou do DNA, exacerba a arteriosclerose e contribui para uma degeneração dos neurônios", escreve a doutora Benedetta Bartali, da faculdade de medicina da Universidade Yale, co-autora do trabalho.

Sob efeito do estresse, o organismo já não está em condições de neutralizar a produção de radicais livres, que oxigenam as células e aceleram seu envelhecimento.

Folha Online (da France Presse, em Washington )

23 de janeiro de 2008

Ministério da Saúde libera 19,5 milhões de camisinhas para distribuição no carnaval

Brasília – O Ministério da Saúde começou a distribuir cerca de 19,5 milhões de preservativos masculinos para serem utilizados em ações de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e aids durante o carnaval deste ano. Todos os estados e o Distrito Federal receberão camisinhas.

De acordo com o ministério, a remessa deve chegar aos estados até o início da próxima semana e supera em 77% os 11 milhões de unidades enviadas no mesmo período do ano passado.

Os preservativos serão entregues às Secretarias Estaduais de Saúde, responsáveis por repassá-los às Secretarias Municipais de Saúde e organizações da sociedade civil que desenvolvem ações de prevenção. Exceto nos casos do Rio de Janeiro, Ceará e São Paulo que contam com estrutura diferenciada de distribuição.

O lote é o primeiro do ano liberado pelo Programa Nacional de DST/Aids. As camisinhas vêm da remessa de cerca de 1 bilhão de preservativos adquirida em agosto do ano passado pelo Ministério da Saúde. No ano passado, a demora no processo de licitação e de compra dessas unidades provocou redução de cerca de 50% no volume de camisinhas repassadas pelo governo federal.

Por causa desse atraso, os estados tiveram de entrar com contrapartidas maiores do que as normalmente previstas para impedir a falta do insumo à população. Normalmente, os estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste arcam com 10% das camisinhas distribuídas gratuitamente e os do Sul e Sudeste, com 20% do total estimado para cada estado. No caso dos municípios, a proporção é a mesma, só que em relação ao total comprado pelos estados.

Para o chefe da Unidade de Prevenção do Programa Nacional de DST/Aids, Ivo Brito, a liberação do lote encerra a situação de incerteza criada no final do ano passado quando, por causa de problemas na assinatura dos contratos com as empresas estrangeiras fornecedoras dos preservativos, havia dúvidas sobre a entrega de preservativos antes do carnaval.

Segundo Brito, a nova sistemática na compra de material, que inclui uma cota reserva além da quantidade anual necessária, permite que os problemas recorrentes no abastecimento de preservativos sejam resolvidos. “Quando se chega ao final do ano e o processo licitatório não se finalizou, ficamos sempre com déficit de preservativos. É isso que nós estamos corrigindo agora”, afirma.

A previsão do Ministério da Saúde é que um segundo lote de preservativos seja enviado aos estados por volta de 20 de fevereiro, depois que os planos de necessidades dos estados para 2008 forem discutidos e aprovados pelo Programa Nacional de DST/Aids. A estimativa é que o órgão libere este ano cerca de 450 milhões de preservativos, superando a quantidade do ano passado (119,7 milhões) e de 2006 (253,9 milhões).

Brito informou ainda que, além das unidades enviadas para o carnaval, outra carga, com cerca de 25 milhões de camisinhas, está no Brasil para ser certificada e duas outras com igual volume devem ser chegar ao país em fevereiro.

Agência Brasil

18 de janeiro de 2008

NOTA EM DEFESA DA SAÚDE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

As entidades abaixo assinadas, reunidas em Brasília no dia 16 de janeiro de 2008, reafirmam sua articulação em defesa do SUS e da Seguridade Social. Defendem a continuidade de luta por um financiamento definido, definitivo e suficiente que deverá ser assegurado pela votação imediata no Congresso Nacional da regulamentação da EC-29.
 
Defendem como recursos mínimos indispensáveis à saúde, aqueles negociados entre o Governo e a Oposição no dia 12 de dezembro de 2007, no Senado Federal.
 
Defendem a proposta discutida e aprovada nas últimas Conferências Nacionais de Saúde e no Conselho Nacional de Saúde pelas várias entidades sociais e pelos Conselhos de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde (CONASS e CONASEMS): mínimo de 10% da Receita Corrente Bruta da União, 12% da Receita de Estados e 15% da Receita de Municípios.
 
Defendem a busca de todas as alternativas possíveis para que se garanta uma fonte de receita permanente, específica e exclusiva para a saúde.
 
ABRASCO – Associação Brasileira de Pós-Graduação de Saúde Coletiva
ABRES – Associação Brasileira de Economia da Saúde
CEBES – Centro Brasileiro de Estudos de Saúde
CONASS – Conselho Nacional de Secretários de Saúde
CONASEMS – Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
CNS – Conselho Nacional de Saúde
IDISA – Instituto de Direito Sanitário Aplicado
CT SIOPS – Câmara Técnica do Sistema de Informações de Orçamentos Públicos em Saúde
18 de janeiro de 2008

Entidades se mobilizam em defesa do financiamento da Saúde

A defesa de um financiamento definido, definitivo e suficiente para a área da Saúde, e a imediata regulamentação da Emenda Constitucional 29. Estes foram os assuntos de uma reunião ocorrida na quarta-feira, 16/1, na sede do Conselho Nacional de Secretários de Saúde – CONASS, em Brasília, entre entidades do setor de saúde. Foram discutidas estratégias de atuação conjunta e de mobilização. Também foi elaborada uma nota na qual é reafirmada a articulação das entidades.
 
O Coffito esteve na reunião, representado pela vice-presidente, Dra. Ana Cristhina de Oliveira Brasil, que é membro do Conselho Nacional de Saúde. Ela destacou a importância da mobilização e se mostrou otimista em acreditar que muitas questões relativas ao financiamento da saúde podem ser resolvidas ainda no começo de 2008. “No que depender do esforço colaborativo entre as entidades da saúde, acredito que a EC 29 vai ser regulamentada em breve”, disse.
 
Emenda Constitucional 29
O Projeto de Lei Complementar 1/03, que aguarda votação no Senado, regulamenta a EC 29. A emenda assegura o financiamento das ações e serviços públicos de saúde, estabelecendo que as 3 esferas de governo aportem anualmente recursos mínimos provenientes da aplicação de percentuais das receitas, vinculando recursos para o setor da saúde nas bases de cálculo.
 
Estiveram presentes na reunião:
Armando Raggio- Abrasco
Ronald Fereira dos Santos – ENS – FENTAS – FENAFAR
Ana Cristhina de Oliveira Brasil – CNS/COFIN – FENTAS – COFFITO
Luís Carlos Bolzar – CNS (mesa diretora)
Helvécio M. Magalhães – Conasems
Sonia Fleury – Cebes
José Enio Servilha Duarte – Conasems
Eliane Cruz – SE/CNS
Elias A. Jorge – Siops
Gilson Carvalho – Conasems
Nelson Rodrigues dos Santos – Idisa
 
 
Leia a nota na íntegra:
NOTA EM DEFESA DA SAÚDE DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
As entidades abaixo assinadas, reunidas em Brasília no dia 16 de janeiro de 2008, reafirmam sua articulação em defesa do SUS e da Seguridade Social.
 
Defendem a continuidade de luta por um financiamento definido, definitivo e suficiente que deverá ser assegurado pela votação imediata no Congresso Nacional da regulamentação da EC-29.
 
Defendem como recursos mínimos indispensáveis à saúde, aqueles negociados entre o Governo e a Oposição no dia 12 de dezembro de 2007, no Senado Federal.
 
Defendem a proposta discutida e aprovada nas últimas Conferências Nacionais de Saúde e no Conselho Nacional de Saúde pelas várias entidades sociais e pelos Conselhos de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde (CONASS e CONASEMS): mínimo de 10% da Receita Corrente Bruta da União, 12% da Receita de Estados e 15% da Receita de Municípios.
 
Defendem a busca de todas as alternativas possíveis para que se garanta uma fonte de receita permanente, específica e exclusiva para a saúde.
 
ABRASCO – Associação Brasileira de Pós-Graduação de Saúde Coletiva
ABRES – Associação Brasileira de Economia da Saúde
CEBES – Centro Brasileiro de Estudos de Saúde
CONASS – Conselho Nacional de Secretários de Saúde
CONASEMS – Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
CNS – Conselho Nacional de Saúde
IDISA – Instituto de Direito Sanitário Aplicado
CT SIOPS – Câmara Técnica do Sistema de Informações de Orçamentos Públicos em Saúde.
 
 
18 de janeiro de 2008

Chave do desenvolvimento cortical

Agência FAPESP – Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Irvine identificaram um gene que é especificamente responsável por gerar o córtex cerebral, uma descoberta que pode levar a terapias com células-tronco para o tratamento de lesões cerebrais e doenças como derrames e mal de Alzheimer. O estudo foi publicado na edição desta sexta-feira (18/1) da revista Science.

A equipe liderada por Edwin Monuki, do departamento de Patologia da universidade, descobriu que o gene chamado Lhx2 instrui as células-tronco do cérebro em formação para gerar o córtex. O gene “criador de córtex” era procurado há muitos anos pelos cientistas.

O córtex é a parte do cérebro responsável pelas mais elevadas funções cognitivas e sensoriais como a linguagem, a tomada de decisões e a visão. Sem a ação do gene, não há formação de córtex cerebral.

“Essa nova informação sobre o papel do Lhx2 no desenvolvimento cortical pode potencialmente ser utilizada na pesquisa com células-tronco para fazer crescer novos neurônios do córtex que possam substituir os que forem danificados no cérebro”, disse Karla Hirokawa, doutoranda do Laboratório de Medicina e Biologia Celular e do Desenvolvimento, segunda autora do estudo.

“A descoberta tem implicações para os contínuos esforços voltados para a recuperação de pessoas que sofreram derrame e para retardar o progresso de doenças neurodegenerativas”, disse Karla.

O Lhx2 está no grupo dos genes – conhecidos como genes seletores – que agem durante momentos decisivos do desenvolvimento embrionário e fetal, dirigindo as células-tronco ao crescimento em partes específicas do corpo, como cérebro, sangue e ossos.

Em testes com roedores, os pesquisadores descobriram que a atividade do Lhx2 como seletor cortical é crítica apenas durante o estágio em que o córtex em desenvovimento está sendo construído por células-tronco – mas não antes ou depois dessa fase.

Além disso, eles descobriram que as células-tronco corticais que não expressam o gene Lhx2 se transformam em outro tipo de célula – conhecido como células de bainha – que induzem as células vizinhas a formar o hipocampo, que é a parte mais antiga do cérebro em termos de evolução, e o principal centro de memória.

O papel do Lhx2 no desenvovimento cortical tem amplas implicações no campo nascente da pesquisa com células-tronco. O laboratório de Monuki está atualmente estudando como ativar os genes Lhx2 em células-tronco neurais, inciciando o processo no qual as novas células corticais começam a crescer.

“Se formos bem-sucedidos, o conceito de utilização do Lhx2 para incutir células-tronco com propriedades corticais pode ser a base de estudos clínicos que possam um dia auxiliar no tratamento de pacientes”, disse Monuki.

Em dezembro, os pesquisadores do laboratório de Monuki publicaram um estudo que identificava um novo método para selecionar células-tronco que, segundo eles, é mais rápido, mais simples e mais barato que as técnicas atuais. O método poderia, no futuro, permitir terapias para pessoas com diferentes doenças que vão de lesões no cérebro e coluna vertebral até as doenças de Parkinson e Alzheimer.

O artigo Lhx2 Selector Activity Specifies Cortical Identity and Suppresses Hippocampal Organizer Fate, de Edwin Monuki e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

Agência Fapesp

17 de janeiro de 2008

Cientistas dizem ter criado embriões clonados de humanos

Cientistas norte-americanos anunciaram nesta quinta-feira terem produzido embriões que eram clones de dois homens. O trabalho foi publicado nesta quinta-feira (17) na revista "Stem Cells".

Dado que outros cientistas já anunciaram feitos semelhantes, a descoberta é vista com desconfiança pelos cientistas. Em 2004, por exemplo, o cientista coreano Hwang Woo-suk publicou na revista "Science" um artigo em que ele dizia ter clonado humanos. O trabalho se mostrou uma fraude.

De acordo com os cientistas norte americanos, trata-se da primeira experiência documentada de que células advindas de humanos adultos podem ser utilizadas para fazer embriões clonados maduros o suficiente para produzir células-tronco.

Samuel Wood, co-autor do estudo e executivo-chefe da Stemagen Corp, de La Jolla, na Califórnia, afirma que ele e seus colegas agora querem produzir células-tronco em série a partir dos embriões.

Entretanto, dado que essas células-tronco não foram produzidas ainda, especialistas são cautelosos em relação ao assunto.

Processo

No estudo, os pesquisadores usaram células da pele de Wood e outro voluntário para produzir três embriões. Análises posteriores de DNA mostraram que um desses três embriões era um clone, afirmam os pesquisadores.

O processo de clonagem envolve a introdução do núcleo de uma célula do indivíduo a ser clonado no interior de um óvulo não fertilizado que teve previamente o núcleo retirado. Forma-se, então, o embrião.

"Eu acho difícil determinar o que é substancialmente novidade", afirma Doug Melton, da Harvard Stem Cell Institute.

Segundo ele, o próximo grande avanço será "produzir células-tronco embrionárias em série", de embriões clonados. "Isso não foi atingido ainda", afirma Melton.

Assinam o trabalho Andrew J. French e Samuel H. Wood, da Stemagen Corporation, Catharine A. Adams e Linda S. Anderson, do The Reproductive Sciences Center e Marcus R. Hughes, do Genesis Genetics Institute.

Fonte: Folha Online (om informações da Associated Press)