21 de outubro de 2025

COFFITO destaca papel essencial de fisioterapeutas oncológicos na prevenção, no tratamento e na recuperação de pacientes com câncer de mama

Durante o Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização sobre o câncer de mama, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) reforça a importância da Fisioterapia Oncológica no cuidado integral às pacientes. A fisioterapeuta Dra. Camila Porto, especialista na área e autora do livro Além da Cura Física (2024), concedeu entrevista ao Conselho e abordou a relevância da profissão na prevenção, no tratamento e na recuperação de pacientes com esse tipo de câncer, que afeta mais as mulheres.

Dra. Camila comenta que o fisioterapeuta oncológico é parte fundamental da equipe multidisciplinar que acompanha o paciente. “O profissional atua desde o pré-operatório, com orientações e exercícios preparatórios, até o pós-operatório, auxiliando na preservação da funcionalidade, do movimento e na redução de dores e complicações decorrentes de cirurgias, quimioterapia e radioterapia, devolvendo a qualidade de vida”, destaca.

Entre as técnicas mais utilizadas, estão os exercícios terapêuticos, a drenagem linfática manual, cinesioterapia respiratória e terapias manuais que favorecem a mobilidade, a funcionalidade e a autoestima. “Esses recursos reduzem a fadiga relacionada ao câncer e melhoram significativamente a qualidade de vida durante o tratamento ativo”, acrescenta.

Para 2025, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 73.610 novos casos de câncer de mama no Brasil.

Avanços e abordagem humanizada

A especialista ressalta, ainda, que os avanços tecnológicos têm aprimorado a prática clínica. Ela explica que “novos equipamentos e protocolos têm potencializado os resultados da reabilitação oncológica, como a bioimpedância segmentar, que ajuda a identificar precocemente o risco de linfedema; a laserterapia e fotobiomodulação, que aceleram a regeneração tecidual; e o uso de bandagens elásticas para drenagem e alívio da dor. E isso é animador. Mas o maior avanço continua sendo o olhar. A ciência tem evoluído, mas é o cuidado integral, o toque com propósito e a escuta ativa que transformam o processo de reabilitação em um verdadeiro reencontro com a vida”.

Além dos benefícios físicos, Dra. Camila reforça a dimensão humana do cuidado: “A Fisioterapia também é acolhimento. Cada paciente tem uma história e um ritmo. O tratamento personalizado é fundamental para oferecer segurança e esperança durante a jornada contra o câncer. Quando eu mesma estive do outro lado, como paciente, percebi o quanto o acolhimento faz diferença. Às vezes, o que o paciente mais precisa não é de mais uma sessão, mas de alguém que olhe nos olhos e diga: “você vai conseguir”. Personalizar o cuidado é unir técnica e empatia”.

Prevenção e conscientização

O profissional de Fisioterapia também atua na prevenção, orientando sobre hábitos saudáveis, prática regular de atividade física e a importância do diagnóstico precoce. “A prevenção é um pilar que precisa ser fortalecido. Inchaços persistentes, dor localizada, limitação de movimento… O corpo sempre fala e precisamos aprender a escutá-lo. A Fisioterapia, nesse sentido, ajuda as pessoas a se conhecerem melhor, a perceberem alterações sutis e a procurarem ajuda de forma precoce”, lembra.

Dra. Camila Porto deixa uma mensagem para a população: “O movimento é uma forma de fé. Não espere o corpo adoecer para começar a cuidar. Movimente-se, previna-se, escute os sinais. E, se o câncer chegar, saiba que há vida, muita vida, durante e depois do tratamento. A Fisioterapia é uma ponte para essa vida que renasce”.

Foto: Dra. Camila Porto/Acervo pessoal