Diagnóstico precoce pode salvar crianças e adolescentes do câncer
Quando pensamos em câncer, costumamos pensar em adultos, em pessoas mais velhas, mas a doença pode afetar também crianças e adolescentes e levar precocemente quem deveria estar apenas no começo da vida. Foram 2.425 mortes no Brasil somente em 2020, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). A doença, também de acordo com o Inca, é a principal causa de morte entre crianças e adolescentes no país, respondendo por 8% do total de óbitos entre eles. Como estamos no “Setembro Dourado”, o mês de conscientização sobre o câncer infantojuvenil, vamos ver o que é possível fazer atualmente.
Com os conhecimentos que temos hoje, a melhor maneira de evitar o pior é com diagnóstico precoce e tratamento de qualidade. Infelizmente, não há muito o que fazer em termos de prevenção, porque não há uma relação clara entre fatores ambientais e o câncer, como há, por exemplo, entre o cigarro e o câncer de pulmão em fumantes. De acordo com o Inca, cerca de 10% dos casos podem ser explicados por questões genéticas.
E como fazer um diagnóstico precoce? Isso passa pelos pais, que devem ficar atentos a sintomas relatados pelos filhos, e levá-los a um pediatra. Na maioria das vezes não vai ser câncer, mas o médico poderá perceber alguma coisa que merece ser investigada. Então, veja alguns sinais que, segundo o Inca, podem indicar câncer:
– na leucemia (que afeta os glóbulos brancos do sangue), a criança pode pegar mais infecções, ficar pálida, ter sangramentos e sentir dores nos ossos;
– no retinoblastoma (que afeta os olhos), existe o “reflexo do olho do gato”, que é embranquecimento da pupila quando exposta à luz;
– no tumor de Wilms (que afeta os rins) e no neuroblastoma (tumor de sistema nervoso simpático), pode haver inchaço da barriga;
– no osteossarcoma (tumor no osso em crescimento, mais comum em adolescentes), é frequente ter dor nos membros;
– no tumor do sistema nervoso central, são comuns dores de cabeça, vômitos, alterações motoras, alterações de comportamento e paralisia de nervos.
Isso é só um primeiro passo. O diagnóstico correto depende de exame laboratorial e estudo de imagens. Já o tratamento deve ser analisado caso a caso, podendo ser por meio de quimioterapia, cirurgia e radioterapia. Tudo isso deve ser feito sem se esquecer do bem-estar e da qualidade de vida da criança e adolescente, inclusive com cuidados paliativos.
Mesmo quando dá tudo certo no tratamento, os cuidados não param. O Instituto Nacional de Câncer recomenda que crianças e adolescentes continuem o acompanhamento por um tempo maior do que os adultos.
Quer saber mais sobre o câncer infantojuvenil? O Inca tem uma página com informações voltadas tanto para a população em geral quanto aos profissionais de saúde.