20 de agosto de 2009

Encontro Nacional das Comissões de Ética do Sistema

 

Reunidas em Brasília no mês de julho, as Comissões de Ética e Deontologia do Sistema Coffito/Crefitos trabalharam demandas de cada região brasileira e definiram ações norteadoras para a reformulação do Código de Ética da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional. Sob orientação das Comissões Superiores de Fisioterapia – CSEDF e de Terapia Ocupacional – CSEDTO do Coffito, representantes dos conselhos regionais trocaram experiências a fim de tornar mais efetiva a atuação do Sistema.

A ação coordenada e autônoma das comissões de ética com os departamentos de fiscalização – Defis foi amplamente defendida. Com essa medida, o Sistema visa diminuir demandas dos Defis e comprometer fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais com o exercício profissional ético. Complementando o debate, a Assessoria Técnico-Normativa do Coffito – coordenada pelo terapeuta ocupacional Mario Battisti – expôs o rito do processo disciplinar e as normas reguladoras de fiscalização, contemplados respectivamente pelas Resoluções nº 59/85 e nº 29/82. Para a presidente da CSEDTO, Carlene Borges, a reestruturação planejada dos procedimentos executados pelo Sistema Coffito/Crefitos beneficiará, sensivelmente, profissionais e usuários do serviço de saúde.

A necessidade de reformular o Código de Ética Profissional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, expresso na Resolução Coffito nº10/78, também foi pautada no encontro em Brasília. De acordo com Reginaldo Bonatti (presidente da CSEDF), a legislação atual onera e tarda a atuação do Sistema. O objetivo é que o rito processual seja adequado à realidade brasileira.

Para o presidente do Coffito, Dr. Roberto Cepeda, este encontro nacional visa o desenvolvimento e a excelência da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional através do compromisso ético e coletivo em garantir dignidade e autonomia a essas profissões.
Redação: Thaís Dutra
Foto: Fabiana Moraes

30 de julho de 2009

Novos conselheiros tomam posse no Coffito

O presidente do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – Coffito, Dr. Roberto Cepeda, empossou nesta quarta-feira(29) dois membros efetivos dessa autarquia: Abdo Augusto Zeghbi e Wilen Heil e Silva.

Os novos conselheiros efetivos foram eleitos pelo pleno do Coffito no dia 15 de julho para recomposição do colegiado do Coffito em razão de vacância dos fisioterapeutas Rita de Cássia Vereza e Eduardo Olívio Ravagni.

Abdo Zeghbi e Wilen Silva fazem parte do colegiado do Coffito referente ao quadriênio 2008-2012.

Redação: Thaís Dutra

 

 

29 de julho de 2009

Comissão de Assuntos Parlamentares avalia primeiro semestre de 2009

 

A Comissão de Assuntos Parlamentares do Coffito, reunida nos dias 21 e 22 de julho do ano corrente, na sede do Coffito, desenvolveu suas atividades no intuito de poder concluir o relatório das ações desenvolvidas do primeiro semestre de 2009. No referido relatório consta o PL, o deputado autor; as ações desenvolvidas pela CAP, frente em todos os PL’s e sua situação atual. Além do fechamento do relatório, PL’s novos como o que fixa o piso salarial do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional, o que institui o dia nacional do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocupacional – 13 de outubro, projeto esse elaborado pela CAP, apresentado pela deputada Gorete Pereira PR-CE, além de encaminhamentos referentes ao PL que trata do Rol de procedimentos e Serviços em Fisioterapia
 
Redação: CAP Coffito

Clique aqui e acompanhe os principais Projetos de Lei em tramitação.

27 de julho de 2009

Ministério da Saúde tira dúvidas sobre nova gripe

 

Veja as perguntas mais comuns dos brasileiros e as respostas do governo federal para as questões. MS orienta os suspeitos de gripe a procurar posto de saúde ou médico.

O Ministério mantém no seu site www.saude.gov.br um espaço específico para o tema, que traz informações atualizadas, além de colocar à disposição da população o atendimento gratuito pelo Disque Saúde 0800 061 1997.

 

1 – Qual é a previsão de produção da vacina contra a influenza A (H1N1) no Brasil?
O Instituto Butantan, ligado à Secretaria de Saúde do Governo do Estado de São Paulo, é responsável no Brasil por desenvolver as vacinas contra a gripe comum (sazonal) e estará à frente também do desenvolvimento da gripe contra a influenza A (H1N1). A vacina a ser produzida no Brasil estará disponível no próximo ano. Além de desenvolver a vacina, o MS avaliará, junto ao Butantan, a necessidade de comprar vacinas prontas de outros fabricantes.

2 – Haverá cadastramento de novos laboratórios para realização de exames de diagnóstico?
Atualmente, três laboratórios de referência fazem o exame de diagnóstico da influenza A (H1N1) no Brasil: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/RJ), Instituto Evandro Chagas (IEC/PA) e Instituto Adolf Lutz (SP). Há a possibilidade, agora, de credenciamento de Laboratórios Centrais (Lacens) para centralizar a realização desses exames nos estados, além dos três laboratórios de referência. Isso já está em curso para os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Minas Gerais, mas ainda não há data definida para essa habilitação.

3 – Como é realizada a distribuição do medicamento?
A distribuição dos medicamentos é centralizada. O Ministério da Saúde envia os remédios aos estados, respondendo às solicitações das Secretarias Estaduais de Saúde. Cabe a elas não só indicar as unidades de referência no atendimento da nova gripe, como também ampliar o número de unidades para realização do tratamento. Outras unidades podem ser indicadas para atender os casos e usar o antiviral.

4 – O Brasil tem medicamento suficiente para enfrentar a influenza A (H1N1)?
Sim. O Ministério da Saúde tem medicamento suficiente para enfrentar a pandemia de influenza A (H1N1). O MS tem um estoque de 9 milhões de tratamentos em pó. Eles foram adquiridos em 2005, época de uma possível epidemia de gripe aviária. Além disso, na terça-feira (21 de julho), o governo federal recebeu mais 50 mil tratamentos. Desses, 15 mil vão para o Rio Grande do Sul, estado entre os mais afetados pela doença. Outros estados com maior número de casos também receberam quantidade adicional de tratamento. Até o fim de julho, o MS vai receber mais 150 mil tratamentos. Nas próximas semanas, será um milhão a mais de medicamentos disponíveis, além do que está estocado em pó. O Ministério esclarece que o estoque de remédios está de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

5 – Quais os critérios de utilização para do medicamento fosfato de oseltamivir?
Apenas os pacientes com agravamento do estado de saúde nas primeiras 48 horas, desde o início dos sintomas, e as pessoas com maior risco de apresentar quadro clínico grave serão medicados com o fosfato de oseltamivir. Os demais terão os sintomas tratados de acordo com indicação médica. O objetivo é evitar o uso desnecessário e uma possível resistência ao medicamento, assim como já foi registrado no Reino Unido, Japão e Hong Kong. É importante lembrar, também, que todas as pessoas que compõem o grupo de risco para complicações de influenza requerem avaliação e monitoramento clínico constante de seu médico, para indicação ou não de tratamento com o fosfato de oseltamivir.

6 – Quem está no grupo de risco?
O grupo de risco é composto por idosos, crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas com diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica, deficiência imunológica (como pacientes com câncer, em tratamento para AIDS), pessoas com obesidade mórbida e também com doenças provocadas por alterações da hemoglobina, como anemia falciforme.

7 – Por que o Rio Grande do Sul registra tantos casos da influenza A (H1N1)?
Todos os anos, o Brasil registra ocorrências de casos graves e óbitos por gripe e doenças associadas, como pneumonia, em todas as regiões. Neste período do ano, que é inverno, sempre há maior ocorrência desses casos, em especial no RS e nos outros estados do Sul e Sudeste. Isso porque eles têm o inverno mais rigoroso e mais prolongado. Além disso, no caso especifico da influenza A (H1N1), há países com maior número de casos que fazem fronteira com o Rio Grande do Sul, como é o caso da Argentina. A disseminação da doença aumenta e não é indicado controlar o fluxo de pessoas na fronteira, pois isto não tem efeito na disseminação da doença.

8 – Grávidas podem tomar fosfato de oseltamivir?
Não há registros de efeitos negativos do uso do fosfato de oseltamivir em mulheres grávidas e em fetos. No entanto, como medida de precaução e conforme orientação do fabricante, esse medicamento só deve ser tomado durante a gravidez se o seu benefício justificar o risco. Essa decisão deve ser tomada de acordo com indicação médica.

9 – Existe transmissão sustentada do vírus da Influenza A (H1N1) no Brasil?
Desde 24 de abril, data do primeiro alerta dado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre o surgimento da nova doença, até o dia 15 de julho, o Ministério da Saúde só havia registrado casos no país de pessoas que tinham contraído a doença no exterior ou pego de quem esteve fora. No dia 16 de julho, o Ministério da Saúde recebeu a notificação do primeiro caso de transmissão da Influenza A (H1N1) no Brasil sem esse tipo de vínculo. Trata-se de paciente do Estado de São Paulo, que morreu no último dia 30 de junho. Esse caso nos deu a primeira evidência de que o novo vírus está em circulação em território nacional. Todas as estratégias que o MS deveria adotar numa situação como esta já foram tomadas há quase três semanas. O Brasil se antecipou. A atualização constante de nossas ações contra a nova gripe permitiu que, neste momento, toda a rede de saúde esteja integrada para manter e reforçar as medidas de atenção à população.

10 – Qual a diferença entre a gripe comum e a Influenza A (H1N1)?
Elas são causadas por diferentes subtipos do vírus Influenza. Os sintomas são muito parecidos e se confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Por isso, não importa, neste momento, saber se o que se tem é gripe comum ou a nova gripe. A orientação é, ao ter alguns desses sintomas, procure seu médico ou vá a um posto de saúde. É importante frisar que, na gripe comum, a maioria dos casos apresenta quadro clínico leve e quase 100% evoluem para a cura. Isso também ocorre na nova gripe. Em ambos os casos, o total de pessoas que morrem após contraírem o vírus em todo o mundo é, em média, de 0,5%.

11 – Quando eu devo procurar um médico?
Se você tiver sintomas como febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza, procure um médico ou um serviço de saúde, como já se faz com a gripe comum.

12 – O que fazer em caso de surgimento de sintomas?
Qualquer pessoa que apresente sintomas de gripe deve procurar seu médico de confiança ou o serviço de saúde mais próximo, para receber o tratamento adequado. Nos casos de agravamento ou de pessoas que façam parte do grupo de risco, os pacientes serão encaminhados a um dos 68 hospitais de referência.

13 – Por que o exame laboratorial parou de ser realizado em todos os casos suspeitos?
Essa mudança ocorreu porque um percentual significativo — mais de 70% — das amostras de casos suspeitos analisadas em laboratórios de referência, antes dessa mudança, não era da nova gripe, mas de outros vírus respiratórios, ou não era de nenhum virus. Com o aumento do número de casos no país, a prioridade do sistema público de saúde é detectar e tratar com a máxima agilidade os casos graves e evitar mortes.

15 – Os hospitais estão preparados para atender pacientes com a Influenza A (H1N1)?
Atualmente, o Brasil possui 68 hospitais de referência para tratamento de pacientes graves infectados pelo novo vírus. Nestas unidades, existem 900 leitos com isolamento adequado para atender aos casos que necessitem de internação. Todos os outros hospitais estão preparados para receber pacientes com sintomas leves de gripe.

16 – Como eu posso me prevenir da doença?
Alguns cuidados básicos de higiene podem ser tomados, como: lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão, evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.

Fonte: Ministério da Saúde
 
22 de julho de 2009

Ato Médico, entenda!

Projeto de Lei propõe regulamentação do exercício da Medicina
Originado no Senado Federal, o projeto de lei do ato médico tramita no Congresso Nacional desde 2002 e, de autoria do senador Geraldo Althoff (PFL-SC), o PLS 25/02 propõe a regulamentação do exercício profissional da Medicina. O Projeto de Lei do Senado nº268/02, de autoria de Benício Sampaio (PPB-PI), também versa sobre esse assunto e, em respeito ao regimento da Casa, foi apensado ao PLS 25/02 para garantir economia processual. Atualmente, o projeto que regulamenta o ato médico está na Câmara dos Deputados sob a numeração 7703/06.
Em tramitação conjunta, os PLSs 25/02 e 268/02 foram submetidos à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) – que, sob relatoria do senador Tião Viana, decidiu pela aprovação do PLS 25/02, com modificações, e pela rejeição do PLS 268/02. Já na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), sob relatoria da senadora Lúcia Vânia, ocorreu o inverso: o PLS 268/02 foi aprovado com modificações e o PLS 25/02 foi rejeitado. Com a aprovação do plenário do Senado Federal, o substitutivo foi definitivamente adotado e o projeto seguiu para a Câmara dos Deputados, recebendo nova identificação: PL 7703/06.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) apóia a iniciativa do Senado em criar uma lei que “define a área de atuação, as atividades privativas e os cargos privativos de Médico”. No entanto, entidades representantes de profissionais da área da Saúde temem, de acordo com a Comissão de Assuntos Parlamentares do Coffito, que a “referida lei limite a autonomia profissional, interferindo nas ações desenvolvidas no âmbito dos serviços multiprofissionais, ferindo, assim, os princípios do Sistema Único de Saúde”.

Enquanto o Decreto-lei nº 938/69 – que versa sobre a atuação do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional – define que “é atividade privativa do fisioterapeuta executar métodos e técnicas fisioterápicos com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente” e que “é atividade privativa do terapeuta ocupacional executar métodos e técnicas terapêuticas e recreacionais com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade mental do paciente”, o PL 7703/06 é pontual. O projeto conhecido como Ato Médico enumera as atividades privativas dos médicos, como, por exemplo, “formulação do diagnóstico nosológico e respectiva prescrição terapêutica; intubação traqueal; e determinação do prognóstico relativo ao diagnóstico nosológico.”

Em janeiro de 2007, o Projeto de Lei 7703/06 foi encaminhado à Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) sob relatoria do deputado Edinho Bez. Somente nesta fase, foram apresentadas 60 emendas ao projeto de lei, sendo que 20 delas foram da deputada e fisioterapeuta Gorete Pereira.
O parecer do deputado Edinho Bez foi publicado em novembro de 2008 com voto pela aprovação do projeto na forma de substitutivo. Das 60 propostas de emenda apresentadas, apenas três foram acatadas pelo relator e incorporadas ao seu relatório.

Dentre as modificações expostas neste novo substitutivo, está a definição de punção como “procedimentos invasivos diagnósticos e terapêuticos”. Três incisos também foram acrescentados, excluindo os seguintes procedimentos do rol de atividades privativas do médico: realização de exames citopatológicos e seus respectivos laudos, sem emissão de diagnóstico nosológico; coleta de material biológico para realização de análises clínico-laboratoriais; e procedimentos realizados através de orifícios naturais em estruturas anatômicas visando a recuperação físico-funcional e não comprometendo a estrutura celular e tecidual.
Edinho Bez afirma, em seu relatório, que “há que se tomar um cuidado extremo no sentido de se evitar que a lei promova interferências indevidas nas competências de outras profissões da área da saúde”. E ressalta, também, que não se pode admitir que o exercício da Medicina “persista sem uma legislação que sirva de parâmetro para eventuais cobranças do cidadão quando se sentir desrespeitado em seus direitos”.

Em novembro de 2008, abriu-se prazo para emendas ao substitutivo apresentado. Nessa fase, foram apresentadas 14 emendas, sendo que nenhuma foi acatada pelo relator – que manteve seu parecer inicial. Em dezembro, foi concedida vista aos deputados: Gorete Pereira, Manuela D’Ávila, Mauro Nazif, Nelson Marquezelli e Roberto Santiago – que estão analisando a matéria para uma possível manifestação ao projeto, quando este retornar à pauta da Comissão. Em janeiro deste ano, foi aprovado o requerimento de inclusão da Comissão de Educação e Cultura – CEC para apreciação do projeto, após sua tramitação na CTASP.
O PL 7703/06 ainda será analisado, então, pelas comissões de Educação e Cultura – CEC; de Seguridade Social e Família – CSSF; e de Constituição e Justiça e de Cidadania – CCJC.

16 de julho de 2009

Coffito defende EC29

O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – Coffito participou, na última semana, de reunião na Câmara dos Deputados pela regulamentação da Emenda Constitucional nº 29 –EC29.Estiveram presentes o presidente do Conselho Nacional de Saúde – CNS, Francisco Batista Junior, o Ministro da Saúde – José Gomes Temporão, o presidente da Câmara dos Deputados – Michel Temer, além de deputados federais da bancada da Saúde, senadores e conselheiros do CNS.De acordo com o CNS, Michel Temer comprometeu-se em levar o tema para o Colégio de Líderes, a fim de sensibilizar deputados quanto à importância da emenda, e encaminhar para votação no mês de agosto.A EC29  assegura “os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde” e depende de regulamentação para definir “percentuais, normas de fiscalização e controle das despesas com saúde nas esferas Federal, Estadual, Municipal e no Distrito Federal” (CNS).

14 de julho de 2009

Folha de S.Paulo: Questão de Postura

 

FERNANDA BASSETTE
DA FOLHA DE SÃO PAULO EM 09/07/2009
 
 
 A estudante de direito Vivian de Araújo Al­ves, 23, tinha apenas 16 anos quando sua coluna "travou" na sala de aula, no momento em que virou o corpo para falar com um colega. A dor no meio das costas foi tão intensa que ela foi levada para um hospital. "A fisgada foi tão forte que tive até falta de ar."
 
Vivian foi diagnosticada com escoliose dupla – um desvio sé­rio na coluna. O dano foi provo­cado por dois vícios rotineiros de postura: carregar mochila com excesso de peso e usar sal­to alto diariamente. 
 
O caso da estudante é um exemplo entre tantos outros problemas provocados pela postura inadequada – ações que todo mundo realiza todos os dias e nem sempre percebe que são prejudiciais.
 
Quando praticados em ex­cesso, esses hábitos podem re­sultar em alterações de postura e dores fortes. A dor na coluna, por exemplo, é a segunda prin­cipal queixa nos consultórios médicos – só fica atrás dos pro­blemas cardíacos. E, normal­mente, ela é causada pela pos­tura errada.
 
Foi o que aconteceu com a aposentada Silvia Maria São Pedro, 53. Depois de trabalhar anos como digitadora, desen­volveu uma séria bursite (infla­mação da bursa, que age como uma almofada entre o músculo e o osso) no ombro direito. 
 
Segundo o ortopedista Sérgio Zylbersztejn, presidente do Co­mitê de Coluna da SBOT (So­ciedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), 80% dos adultos terão dor na coluna por causa da má postura pelo menos um dia na vida. "As princi­pais dores acontecem na colu­na lombar, seguida da cervical."
 
O fisioterapeuta Roberto Mattar Cepeda, presidente do Coffito (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupa­cional), diz que a postura erra­da pode ser considerada um problema de saúde pública, já que, em muitos casos, é por causa de problemas ocasiona­dos pela má postura que as pes­soas precisam de tratamentos prolongados e de afastamento do trabalho.
 
De acordo com Cepeda, mui­tas pessoas têm vícios posturais e não percebem. Quando pro­curam ajuda, já estão com algu­ma alteração muscular. "A me­lhor maneira de prevenir pro­blemas de postura é educar as pessoas. E isso deve ser feito ainda na infância", diz.
 
A ortopedista Maria Fernan­da Silber Caffaro, da equipe de coluna da Santa Casa de Mise­ricórdia de São Paulo, diz que os problemas ósseos demoram meses ou anos para aparecer, mas as dores musculares apa­recem menos de 24 horas de­pois de uma postura errada.
 

 

 

Especialistas comentam 15 posições corriqueiras que, quando se tornam freqüentes, podem causar doenças

 

 

Dirigir com o braço esticado
O banco não deve estar to­talmente para trás e os bra­ços não devem ficar nem completamente esticados nem totalmente flexionados, pois, apesar de não provocar problemas na coluna, essa posição pode levar a infla­mação dos músculos e dos tendões dos ombros. A pos­tura ideal é manter o banco com uma inclinação de 110graus e ficar com os cotove­los levemente flexionados.
Sentar em cima da perna (em forma de 4)
De acordo com o ortope­dista Cláudio Santili, vice­presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, essa é uma posição inadequada porque exige um esforço extra da co­luna. Apesar do conforto ini­cial, a perna pode ter cãibra. Com o tempo, essa posição pode levar ao encurtamento da musculatura da coxa.
Pisar torto para dentro ou para fora
Pessoas que têm altera­ções na pisada podem sofrer problemas nos joelhos, no quadril e, consequentemen­te, na coluna. De acordo com o fisioterapeuta Roberto Mattar Cepeda, quando há desgaste desigual na sola do sapato significa que o ponto de gravidade mudou, o que pode causar dores nas costas e alterações na postura.
Ver TV deitado de lado no sofá
Trata-se de outra posição inadequada, pois normal­mente o braço do sofá é mui­to alto e serve como apoio para o pescoço, o que deixa a coluna totalmente torta. Is­so pode causar dores muscu­lares na região do pescoço, semelhantes ao torcicolo, além de dor no meio das cos­tas e na região lombar. O ideal é ver TV sentado ou em poltronas reclináveis (que apoiam a coluna inteira).
Carregar a mochila pesada em um ombro só
Erro de postura observado frequentemente em crianças e adolescentes, essa posição faz com que o peso da mochi­la seja colocado apenas sobre um dos ombros, o que pode provocar uma alteração pos­tural chamada escoliose (desvio lateral inadequado da coluna). O uso correto da mochila é com alças bilaterais, na frente ou nas costas.
Apoiar os cotovelos na mesa
O hábito de manter os co­tovelos apoiados na mesa, especialmente durante reu­niões, além de escurecer e engrossar a pele, pode pro­vocar uma bursite (inflamação crônica na bursa, que é um tipo de almofada que fica entre o osso e a pele). Em ca­sos de inflamações crônicas, pode ser necessário fazer tratamento cirúrgico.
Ler deitado na cama
É uma das piores posturas para a coluna. Normalmente, as pessoas dobram o tra­vesseiro e se deitam, perma­necendo com o queixo para a frente (quase encostado no peito), Esse apoio não é abrangente para a coluna co­mo um todo, o que contribui para dores nas costas. Se­gundo a ortopedista Maria Fernanda Silber Caffaro, o ideal é ler com um apoio triangular para as costas pa­ra minimizar o esforço.
Digitar com os braços suspensos
Deixar a cadeira e a mesa em uma altura adequada é fundamental para evitar que os braços fiquem suspensos durante a digitação. O hábito de digitar sem apoio pode provocar tendinites ou bur­sites (tipos de inflamações) no ombro. O antebraço deve estar apoiado no braço da ca­deira ou na mesa. A digitação deve ser feita usando o pulso e os dedos, pois, quanto mais suspensos os braços, maior o risco de dor e de inflamação.
Levantar peso sem flexionar os joelhos
Quando a pessoa se abaixa sem dobrar os joelhos para carregar algum objeto, preci­sa fazer um impulso para voltar. Isso atinge a coluna. O correto é abaixar-se flexio­nando os joelhos, assim o impulso para a volta é reali­zado com a força dos múscu­los das pernas, e não com os músculos das costas. Se o movimento for errado, a co­luna pode "travar".
Sentar com a perna cruzada
Segundo o ortopedista Cláudio Santili, vice-presi­dente da Sociedade Brasilei­ra de Ortopedia e Traumato­logia, ficar muito tempo sen­tado com a perna cruzada não é adequado porque pode provocar dormência e ten­são na região dos culotes. Lo­go, pode causar dores mus­culares ou até uma bursite no quadril. Além disso, o pe­so de uma perna em cima da outra também pode aumen­tar as dores no quadril.
Dormir com dois travesseiros
Hábito bastante comum entre os adultos, pode pro­vocar um desconforto seme­lhante ao de ler deitado na cama. Os travesseiros ficam muito altos e a coluna não fi­ca completamente acomo­dada. Pode provocar torcico­los e dores musculares. Se for dormir com dois traves­seiros, o ideal é usar um de espuma bem fino por baixo e um de penas e mais flexível por cima, para que eles se moldem ao pescoço.
Apoiar o telefone entre o ombro e o pescoço
O fato de a pessoa ficar com o pescoço inclinado e com os ombros elevados pa­ra segurar o telefone força a musculatura, provocando dores musculares e torcico­lo. Segundo a ortopedista Maria Fernanda Silber Caf­faro, se essa posição for repe­titiva, pode acontecer um encurtamento da musculatura e o pescoço fica duro (sofre contratura muscular).
Jogar videogame com pernas"de Índio"
De acordo com o ortope­dista Cláudio Santili, da So­ciedade Brasileira de Orto­pedia e Traumatologia, essa é uma postura muito comum entre crianças e adolescen­tes. O problema de ficar mui­to tempo sentado com as pernas cruzadas é que a musculatura da coxa fica tensa e os ombros ficam caí­dos para frente. A repetição pode provocar dores nos joe­lhos e hipercifose na coluna.
Usar sandália com salto,alto diariamente
A altura ideal do salto não deve ultrapassar 5 cm. Aci­ma disso, há uma alteração de postura porque a pessoa precisa manter o equilíbrio na parte anterior do pé. Quanto maior o salto, maior o peso na parte anterior do pé. Isso encurta a muscula­tura da panturrilha de ma­neira crônica e o corpo se acostuma à postura errada, o que pode provocar altera­ções posturais importantes.
Sentar em cadeira escolar com braço
Segundo o fisioterapeuta Roberto Mattar Cepeda, presidente do Coffito, a car­teira escolar deve ser ergo­nômica (de preferência, com mesa e cadeira ajustáveis). Cadeiras com braço forçam uma inclinação ruim da co­luna para o lado, deixando-a torta. Como o uso dessas ca­deiras é diário, aumenta-se o risco de dores nas costas e de disfunção postural.

 

14 de julho de 2009

Convênio entre Coffito e entidades associativas da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional

O Coffito, preocupado com a qualidade dos programas de formação continuada, assina termo de cooperação com as entidades nacionais que pleitearam convênio por meio da Resolução Coffito nº. 360/2008. O objetivo é ouvir a comunidade científica e os profissionais que atuam nas áreas de conhecimento afins, no intuito de que, juntos, possam formatar novos parâmetros e critérios para a formação de especialistas.

Coffito

Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional

14 de julho de 2009

Coffito firma convênio associações da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional

O Coffito, preocupado com a qualidade dos programas de formação continuada, assina termo de cooperação com as entidades nacionais que pleitearam convênio por meio da Resolução Coffito nº. 360/2008. O objetivo é ouvir a comunidade científica e os profissionais que atuam nas áreas de conhecimento afins, no intuito de que, juntos, possam formatar novos parâmetros e critérios para a formação de especialistas.  

Coffito

Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional
10 de julho de 2009

Coffito normatiza RNHF e RNHTO

O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – Coffito publicou as Resoluções nº 367/09 e nº 368/09 – que adotam respectivamente o Referencial Nacional de Honorários da Fisioterapia – RNHF e da Terapia Ocupacional – RNHTO.

Autarquia responsável por “normatizar e exercer o controle ético, científico e social” de ambas as profissões, o Coffito oficializa o RNHF e o RNHTO como referências mínimas de remuneração profissional em serviços e procedimentos de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional, seja em atendimento particular ou por intermédio de convênios.

De acordo com o presidente da autarquia, Dr. Roberto Cepeda, a Comissão Mista de Honorários do Coffito – instituída para avaliar os parâmetros científicos utilizados na elaboração dos referenciais – terá caráter permanente e os ajustes decorrentes da evolução tecnológica e científica das profissões serão acolhidas de forma natural e legítima.

Em defesa da dignidade profissional, o Coffito então convoca profissionais e usuários dos serviços de Fisioterapia a participarem do abaixo-assinado em apoio à implantação imediata do referencial nacional de honorários tanto no Sistema Único de Saúde – SUS quanto no sistema suplementar.

A comissão de honorários permanece trabalhando na elaboração de documentos referentes à implantação do Referencial Nacional de Honorários da Terapia Ocupacional e, em breve, os disponibilizará para que todos participem deste momento de conquista da dignidade e da valorização profissional.
Redação: Thaís Dutra