12 de junho de 2012

Mobilização contra o Ato Médico reuniu estudantes, profissionais e entidades ligadas à saúde

Sim à saúde, não ao Ato Médico era o grito dos manifestantes na Esplanada dos Ministérios, no último dia 30 de maio, na mobilização organizada contra o Ato Médico.

Estudantes, profissionais de várias áreas da saúde e representantes de entidades também ligadas à saúde reuniram-se para reivindicar a mudança do texto do Projeto de Lei nº. 268/2002 de regulamentação da Medicina, conhecido como Ato Médico. O projeto já tramita há 10 anos no Congresso Nacional e os manifestantes acreditam que sua aprovação poderá restringir atividades de outros profissionais de saúde, já que descreve as atribuições dos médicos.

A mobilização foi organizada pelos Conselhos Federais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) Biomedicina (CFBM), Biologia (CFBio), Enfermagem (COFEN), Farmácia (CFF), Psicologia (CFP), Fonoaudiologia (CFFa), Serviço Social (CFESS) e Óptica e Optometria (CBOO).
Para o presidente do COFFITO, Dr. Roberto Mattar Cepeda, “este projeto é corporativista e vai contra as políticas públicas de saúde, caso seja aprovado com a atual redação, estaremos em um futuro próximo, nos tribunais federais de justiça, defendendo o exercício legal, pleno, resolutivo e qualificado de nossos profissionais a favor da saúde da população brasileira”, afirma.
 
O protesto recebeu apoio do deputado federal, Ivan Valente (PSOL-SP) que sumiu ao carro de som para se posicionar a favor da mobilização e das outras profissões de saúde. “Este projeto é reprovado por todos os outros setores da saúde pública e da saúde no geral, porque atropela as funções das outras profissões dentro do mesmo campo. Mais do que isso, ele não supera uma lógica verticalista. Nós precisamos ter a transversalidade e a interdisciplinaridade das tarefas da saúde em nosso País. Por isso, nosso apoio contra o projeto do ato médico, que tramita no Senado Federal”, concluiu Ivan Valente.
 
No mesmo dia, à tarde, representantes dos conselhos de saúde foram recebidos pela senadora Marta Suplicy (PT-SP), pelo senador Zezé Perella (PDT-MG) e pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) que pediram apoio para a não aprovação do projeto com o atual texto.
Durante a mobilização, o COFFITO prestou atendimento gratuito de Acupuntura, Quiropraxia e teste respiratório. Cerca de trezentas pessoas foram atendidas.

 

Fotos: Lia de Paula