15 de julho de 2008

Brasil tem só 0,2% das patentes no mundo

CAMPINAS (SP) – O Brasil apresentou um grande progresso na construção de uma comunidade científica ativa ao longo dos últimos 40 anos. Se, nos anos 1960, o país não chegava a formar 500 mestres e doutores por ano, hoje esse número chega a 45 mil. Esse crescimento, no entanto, não apresenta resultados econômicos expressivos por conta da falta de integração entre a ciência e tecnologia e o setor empresarial.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, é contundente ao afirmar que a produção científica no Brasil não resulta, necessariamente, em produção de tecnologia e riqueza. De fato, dados do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) apontam que, embora o país seja responsável por 2% da produção científica mundial, tem apenas 0,2% das patentes em âmbitos mundiais.

LIMITAÇÃO – “Tivemos um grande progresso em formar uma comunidade científica atuante e competente. Esse é um resultado fabuloso para um país sem tradição em ciência, mas as conseqüências econômicas são limitadas devido à falta de cultura de inovação no setor empresarial”, avalia Rezende.

Daiane Souza/UnB Agência
Rezende afirma que produção científica ainda não impulsiona a economia do país

Ele ministrou a palestra Política Nacional de Ciência e Tecnologia na manhã de segunda-feira, 14 de julho, durante a 60ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) na Universidade de Campinas (Unicamp).

O ministro destaca que, agora, o desafio não é expandir a ciência e a tecnologia, mas ter um conjunto de inovações tecnológicas com interface no setor empresarial. A proposta é romper os muros da academia e criar uma base científica forte, capaz de estabelecer padrões de qualidade nos produtos brasileiros.

AVANÇOS – Segundo ele, já existem avanços nesse sentido, pois a área científica está cada vez mais articulada com a política industrial. Com previsão de investimentos na ordem de R$ 41 bilhões até 2010, a Política Nacional de Ciência e Tecnologia tem como uma de suas diretrizes, inclusive, a Promoção e Inovação Tecnológica nas Empresas.

Rezende observa, ainda, que no próprio ambiente empresarial já existe um movimento crescente para que a inovação faça parte do processo produtivo das empresas. “A Confederação Nacional das Indústrias (CNI), por exemplo, tem feito congressos sobre inovação. Essa é uma iniciativa nacional que está ganhando corpo e é importante para o país”, elogia o ministro.

Fonte: UnB Agência