OMS pede proibição total da propaganda de cigarro
A OMS (Organização Mundial da Saúde) pediu nesta sexta-feira (30) que os governos proíbam qualquer tipo de propaganda, inclusive indireta, do cigarro, um produto que mata metade de seus consumidores.
O pedido acontece por ocasião do Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado em 31 de maio, e que este ano tem como foco a juventude, assim como a denúncia das campanhas de marketing das empresas de cigarro para atrair esse setor da população.
O objetivo é proteger 1,8 bilhão de jovens no mundo, que seriam os mais vulneráveis a essas táticas. "As medidas pela metade não servem para nada. Quando se proíbe uma forma de publicidade, a indústria do tabaco redireciona seus recursos em direção a outras formas", afirmou Douglas Bettcher, responsável da Iniciativa Sem Tabaco da OMS.
"É como um vírus mutante, sempre encontra outras formas de chegar", disse o especialista, defendendo que os governos "imponham uma proibição total para fazer a estratégia de comercialização do tabaco fracassar".
Segundo a OMS, que cita estudos recentes, quanto mais expostos os jovens estiverem à publicidade do tabaco, mais provável é que comecem a fumar. Mas, apenas 5% da população mundial vivem em lugares onde a publicidade é proibida.
"Segundo um estudo realizado em 150 países, 56% dos estudantes entre 13 e 15 anos estão expostos à promoção de produtos com logos e nomes de marcas de cigarros", afirmou. "Dois em cada dez estudantes possuem algum objeto com uma logo relacionada ao tabaco".
A OMS considera o tabagismo uma doença pediátrica, dado que grande parte dos fumantes experimenta o primeiro cigarro e fica dependente antes dos 18 anos de idade.
Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), órgão brasileiro vinculado ao Ministério da Saúde, cerca de 100 mil jovens começam a fumar todos os dias no mundo.
Nas contas da OMS, se não forem tomadas medidas, no fim deste século terão morrido 500 milhões de pessoas por causa do consumo do tabaco.
Folha Online