Movimentos contra pesquisas com células-tronco embrionárias começam nova campanha
Movimentos contrários às pesquisas com células-tronco embrionárias devem começar uma campanha para estimular a adoção de embriões, afirma o coordenador nacional do Movimento Brasil Sem Aborto, Jaime Lopes.
Segundo Lopes, a intenção é “que esses embriões, em vez de ir para a pesquisa científica, possam ir para adoção por casais inférteis, que querem ter filhos e que não têm como arcar com o custo de uma fertilização in vitro”.
Um pouco antes do final do julgamento, que considerou improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que questionava a constitucionalidade do artigo 5ºda Lei de Biossegurança, Jaime Lopes deixou o Supremo. Ele estava triste com o resultado, mas afirmou que não iria contestar a decisão. “Vamos continuar a nossa luta."
A campanha pela adoção é uma das estratégias que também visa diminuir o número de embriões disponíveis para as pesquisas, uma vez que o artigo 5º da Lei de Biossegurança determina o expresso consentimento do destino desse embrião, no caso dos pais.
Jaime Lopes disse que os movimentos sociais contrários às pesquisas contestam a tese de que embriões congelados há mais de três anos são inviáveis. Como exemplos da possibilidade de fundação desses óvulos, ele cita os nascimentos de Vinícius, que ficou congelado por seis anos, no interior de São Paulo, e de Hannah, que permaneceu congelada por 13 anos e agora já tem sete anos e meio, nos Estados Unidos.
A segunda estratégia é lutar pela aprovação do projeto de lei 1183, que está na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, e trata da reprodução assistida, que não permite o congelamento de novos embriões e só autoriza a implantação de embriões a fresco. Com isso, o número de embriões congelados e disponíveis para pesquisas ou passíveis de serem descartados diminuiria com o tempo.
Agência Brasil