2 de março de 2010

O peso do conhecimento

Nesta época do ano as crianças estão ansiosas pela volta às aulas, animadas para começar uma nova jornada de aprendizado e compartilhar as novidades no material escolar. Mas é preciso ter cuidado. Fisioterapeutas alertam que o excesso de peso na mochila de crianças e jovens pode provocar dores na região lombar e problemas de má formação, já que os pequenos estão em de fase crescimento.

Segundo o fisioterapeuta e presidente do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – Coffito, Roberto Cepeda, os pais precisam estar atentos aos danos que o excesso de peso podem causar e usar medidas preventivas como mochilas com carrinhos, observar a postura da criança ao sentar e carregar a mochila, além de ajustá-la corretamente as costas, deixando as alças paralelas. “O ideal é que a mochila não ultrapasse 10% do valor do peso da criança”.

Tratamentos para crianças com lesões – No caso de lesões causadas por mochilas pesadas, Cepeda afirma que sessões de fisioterapia, RPG, natação, alongamentos musculares, exercícios físicos e orientações posturais são algumas soluções para o tratamento das lesões.  “Cuidando do peso da mochila de seu filho, você vai garantir a saúde dele hoje e no futuro. Adotando regras simples podemos evitar dores nas costas na fase adulta”, adverte.
 
Dicas para aliviar o peso da mochila:

– Coloque as coisas mais pesadas junto às costas da criança, ou seja, na parte de trás da mochila;

– Disponha os livros e outros materiais de uma maneira que não fiquem soltos lá dentro, provocando movimentos de desequilíbrio;

– Olhe o que o seu filho leva para a escola e certifique-se de que é o material necessário para as atividades rotineiras;

– Nas mochilas com rodas é preciso cuidado com a alça do carrinho, que deve estar a uma altura apropriada. As costas da criança devem estar retas ao puxá-la;



22 de fevereiro de 2010

Leitura melhora a função cerebral de estudantes

Crianças com dificuldades de leitura e que passaram por um treino intensivo de seis meses mostraram que, além da habilidade de leitura também aumentaram a conectividade de uma determinada região do cérebro, o que proporcionou uma melhora cognitiva, diz estudo do Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH), EUA.

“Nós sabíamos que o treino comportamental podia melhorar as funções cerebrais”, diz Thomas Insel, do NIMH. “Mas o grande achado foi detectar as mudanças nos padrões de conectividade cerebral com o treino. Essa descoberta a partir de pacientes com déficits de leitura sugere que é possível tentar novas estratégias no tratamento de alguns transtornos mentais, que afetam circuitos neurais específicos.”
O estudo, publicado no periódico Neuron, foi conduzido por Marcel Just da Universidade de Carnegie Mellon, com crianças na faixa dos 8 anos de idade. A pesquisa partiu de quatro métodos diferentes com aulas de reforço de leitura. O foco dessas aulas eram aumentar a habilidade dos participantes de interpretar palavras pouco familiares. As aulas foram dadas 5 dias por semana durante 6 meses, com média de 50 minutos de duração (100 horas no total). Os resultados positivos foram observados nos participantes de todos os grupos e, portanto, unificados no resultado final.
Os participantes também tiveram suas funções neurais monitoradas através de tecnologias que avaliavam a atividade cerebral por imagens. No início do estudo, as crianças com dificuldades de leitura mostravam uma pior qualidade no fluxo de informação através da região do cérebro denominada centro semi-oval anterior esquerdo.
 

 
Após os seis meses do experimento, com o treino intensivo de leitura, os indivíduos com dificuldade mostraram melhoras significativas nessa área, além de compreender melhor os textos que liam. O grupo de controle, que não havia tomado parte das aulas de reforço, não mostrou nenhuma diferença, o que descartou a possibilidade de maturação natural do cérebro.
 

Entretanto a associação entre leitura e mudanças na plasticidade cerebral ainda não estão claras, ou seja, se o processo de melhora, através de treino, de decodificação das palavras causa a mudança nas conexões neurais ou se a mudança na estrutura cerebral é responsável por uma melhora na interpretação de texto. De qualquer forma a leitura parece exercer uma influência positiva no cérebro.
“Nossos achados enfatizam os lados positivos de treinos comportamentais que aumentem a habilidade de leitura, mas isso pode levar a novos tratamentos de outras condições e transtornos mentais que estejam relacionados com a conectividade cerebral, como o autismo”, pontua Just.
Fonte: Diário do Noroeste

 
22 de fevereiro de 2010

Fisioterapia pode ajudar no tratamento de insônia e apneia

 

O sono é regulado por um grande número de neurotransmissores e hormônios que operam com objetivo de assegurar que o mesmo não seja perturbado por fatores externos.
 
O sono nos seres humanos é dividido usualmente em duas fases principais: sono de Movimento Rápido dos Olhos (REM), que é o sono profundo, onde ocorrem os sonhos e o sono não REM. Transtornos do sono como a insônia e a apneia do sono (parada respiratória), resultam em alterações importantes no sistema imunológico.
 
A apneia obstrutiva do sono é caracterizada por episódios repetidos de obstrução das vias aéreas de forma parcial ou completa que resultam em um sono fragmentado, sonolência excessiva e, frequentemente, uma alteração na respiração que pode ser uma respiração excessiva ou fraca. A apneia está associada a problemas cardiovasculares, como hipertensão arterial, arritmia cardíaca e síndromes metabólicas como, por exemplo, o diabetes. A obesidade também é outro fator desencadeante de apneia do sono.
 
O estresse é considerado como um dos grandes fatores desencadeantes de insônia. Muitos estudos vêm sendo realizados para avaliar o impacto do sono inadequado sobre a qualidade de vida, a morbidade (surgimento de doenças) e a mortalidade. Além do mais, sentimentos reprimidos podem causar uma ativação psicológica ou fisiológica tendo como resultado a insônia.
 
A qualidade do sono está associada a diversos fatores, como o estresse, o colchão utilizado e a postura correta na cama, que não só contribui para uma boa noite de sono como também para a saúde da sua coluna. O colchão deve proporcionar um excelente suporte ao corpo, adaptando-se à sua forma. Quando comprar o colchão, você deve adquirir o produto conforme o seu biotipo. Dormir bem é fundamental para a saúde do corpo e da mente.
 
Um bom programa de fisioterapia baseado na avaliação do nível de estresse e atividades de vida diária pode ser uma solução para quem apresenta uma má qualidade do sono, insônia ou apneia do sono.
 
Fonte: Vyaestelar
 
 

 

22 de fevereiro de 2010

A importância de uma boa noite de sono

 

É fundamental que respeitemos o sono e a necessidade de mantê-lo em quantidade e qualidade adequadas para a saúde física e mental. A complexidade dos mecanismos que geram o sono é enorme, explica a dra. Sonia Maria Togeiro, membro da Sub-Comissão de Distúrbios do Sono da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia. “O mais importante é a integridade do sistema nervoso central e dos seus neurotransmissores, além de fatores externos ou ambientais, biológicos e da saúde do indivíduo”.

Os fatores externos incluem a cama, a luminosidade, o barulho e a temperatura, que podem favorecer ou atrapalhar uma boa noite de sono. “As condições de estresse do dia-a-dia, particularmente nas grandes cidades, geram excesso de estímulos, propiciando que o cérebro se mantenha no estado de vigília”.

“É importante entender como são os seus hábitos de sono e, se inadequados, corrigir o quanto antes para o beneficio de uma boa noite de sono. Desta forma você estará adquirindo hábitos de sono saudáveis e investindo na sua melhor qualidade de vida e saúde física e mental”, conclui a médica.

Diferenças com o passar dos anos

A especialista cita que entre os fatores biológicos, a idade tem influência direta sobre a quantidade e atribui particularidades a cada fase do sono. “O sono da criança difere do adulto e do idoso: o recém nascido dorme praticamente o dia todo, acordando apenas para as mamadas, chegando a dormir 80% do dia.

Deste total, cerca de 50% é ocupado pelo sono dos movimentos oculares rápidos, conhecido do como sono REM, que em inglês significa Rapid Eyes Moviments.

Durante o sono, particularmente na fase conhecida como sono de ondas lentas, há a liberação de hormônio do crescimento, justificando o fato da criança dormir mais para crescer. Já o adulto dorme, em geral, uma média de 8 horas, sendo 20% a 25% deste tempo ocupado pelo sono REM. Esta fase é conhecida como a dos sonhos vividos e está relacionada à memória. É neste momento que ocorre a recuperação dos neurônios.

Hora de investigar
Entre os fatores da saúde do indivíduo, podemos citar desde doenças banais, como uma infecção de garganta ou de ouvido, que prejudicam o sono devido à dor que causam, até doenças mais sérias, incluindo psiquiátricas e neurológicas, nas quais o comprometimento cerebral altera significativamente o sono. Tudo isso sem falar nos distúrbios do sono, como por exemplo a apneia do sono e as insônias.

Portanto, se a dificuldade de dormir ou o cansaço excessivo mesmo após uma boa noite de sono persistirem, é importante procurar avaliação médica, alerta a Dra. Sonia.

 
Fonte: Jornal O Expresso
22 de fevereiro de 2010

Técnica corrige desequilíbrios corporais relacionados à postura e disfunções ortopédicas

 

Muitas dores apresentadas pelo corpo podem ter origem no tipo de pisada, que causam desequilíbrios corporais relacionados com a postura e com disfunções ortopédicas originadas nos pés. E, por meio de técnicas não invasivas, como a Podo posturologia é possível fazer a correção destes desequilíbrios, eliminando os sintomasque surgem no corpo.
 
Segundo o fisioterapeuta Afonso Salgado, Mestre pela Unesp, Doutorando pela UniCastelo – SP em engenharia Biomédica, a Podoposturologia é um método de correção feito com técnicas manuais e correção com órteses plantares com estímulos mecânicos e proprioceptivos relacionados ao sistema nervoso.
 
“A técnica avalia as entradas sensório-motoras que podem perturbar a postura como: Oclusão dentária, Vestíbulo Coclear – labirintos, Óculo-motor e Podal. E depois de uma avaliação mais detalhada, percebemos que um determinado tipo de pisada pode resultar em uma alteração do funcionamento do tornozelo.
 
Para se adaptar, os joelhos irão se sobrecarregar para compensar a alteração de tornozelo; e o quadril e a pelve, por sua vez, também se sobrecarregarão pela alteração existente no joelho. Assim sucessivamente até que uma estrutura ou articulação no corpo não consiga se adaptar ao estímulo, provocando as dores”, explica o fisioterapeuta Afonso Salgado, da clínica Salgado Saúde Integral e Reabilitação.
 
Para fazer uma boa avaliação, a Podoposturologia utiliza a Baropodometria computadorizada, ou seja, um equipamento que possui uma plataforma de pressão que através de sensores capta as pressões plantares e também os deslocamentos do corpo no espaço. Esta plataforma auxilia os profissionais para determinar o diagnóstico das alterações plantares e o melhor tipo de tratamento para cada caso.
 
“A avaliação será feita sempre direcionada aos desequilíbrios do paciente, sendo eles estáticos, dinâmicos ou da postura. O equilíbrio, essencial no controle postural, também é avaliado com a plataforma. Para fazermos as correções, utilizamos técnicas manuais e exercícios e, quando necessário, a palmilha com os estímulos podais é indicada”, afirma Afonso Salgado.
 
Os estímulos são feitos com elementos confeccionados em EVA (borracha feita da mistura de alta tecnologia de Etil, Vinil e Acetato) e espuma com densidades e espessuras diferentes, que dependendo de cada caso serão inseridos na palmilha. E a indicação das palmilhas é feita com base nos resultados da avaliação.
 
“Com o resultado da avaliação, vamos definir o tipo de estímulo que o paciente precisa e faremos a adaptação das palmilhas para o seu tipo de pé através do processo de termomoldagem. Isso favorece o maior contato dos pés com a palmilha e facilita a captação dos estímulos pelo sistema nervoso”, completa o fisioterapeuta da clínica Salgado Saúde Integral e Reabilitação.
 
Fonte: Saúde & Lazer
22 de fevereiro de 2010

Os riscos da obesidade infantil

 

 
Pesquisa desenvolvida recentemente na Holanda mostra que a maioria dos pais de crianças pequenas não percebe quando o filho está acima do peso ou obeso. O estudo foi desenvolvido com mais de 800 pais e mães de 439 estudantes de quatro e cinco anos. Os dados revelam que 75% das mães e 77% dos pais de crianças com sobrepeso disseram que consideravam o filho com peso normal, o que significa que mais da metade dessas crianças foram tidas por seus pais como tendo peso normal.

Um dos motivos que explicam a falha na percepção é a de que as crianças gordinhas são mais saudáveis, enquanto as magras passam a imagem de desnutrição. Vale ressaltar que o reconhecimento do sobrepeso é o primeiro passo crítico que leva à participação em programas de prevenção e tratamento da obesidade.

Para àquelas que já compreenderam o problema e desejam auxiliar os filhos na luta contra o excesso de peso, a Universidade Guarulhos (UnG), através do Goami (Grupo Obesidade Atendimento Interdisciplinar Infantil), desenvolve há alguns anos diversas atividades voltadas para o público entre 07 e 10 anos de idade, que estimulam hábitos alimentares saudáveis na criança e na família. As inscrições estão abertas e devem ser feitas pelo telefone (11) 2464-1737, das 08h às 13h, ou pelo e-mail paddac@ung.br. A mensagem deve conter nome completo, telefone para contato, peso e altura da criança.

Utilizando o método “Pense Magro”, o Goami têm atuação interdisciplinar, ou seja, os pacientes recebem atendimentos nas áreas de nutrição, psicologia, fisioterapia, educação física e enfermagem. “Seguimos um modelo cognitivo-comportamental. Nosso trabalho visa orientar para uma mudança de pensamento (o pensar magro) e comportamento. Isso ajuda a ter melhores respostas quanto à introdução de novos hábitos alimentares”, salienta o psicólogo José Cândido Cheque de Moraes, coordenador do Paddac (Programa de Ação Docente-Discente Assistencial Comunitário), idealizador do Grupo.

 
Fonte: Abril.com
22 de fevereiro de 2010

Crianças também podem sofrer AVC

 

A Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo fez um alerta, nesta quarta-feira (17), para o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) em crianças. Apesar de ser um problema que acomete, na maior parte dos casos, pessoas adultas, há risco também para os pequenos. Em 2008, foram registrados 266 casos, com 28 óbitos e, em 2009, foram 177, entre crianças até 14 anos de idade.
O AVC ocorre quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo para determinada área do cérebro, provocando um infarto ou hemorragia. Em 90% dos casos algum membro do corpo pára de funcionar. Os sintomas mais frequentes são: diminuição da força muscular, que pode ser localizada ou generalizada, perda da consciência, defeito no campo visual, dificuldade na fala, dor de cabeça, convulsão, entre outros.
 Segundo o neuropediatra do Hospital Infantil Darcy Vargas, Paulo Breinis, não existe prevenção para o AVC na população infantil. Algumas crianças fazem parte de grupo de risco, como portadores de anemia falciforme, cardiopatias congênita, hipercolesterolêmia e diabetes.
 Existem dois tipos de AVC: o isquêmico e o hemorrágico. O isquêmico é mais comum, em que há uma interrupção da passagem do fluxo sanguíneo para uma determinada área do cérebro. E o hemorrágico, geralmente o mais grave, é o que se conhece como derrame: além da obstrução, existe vazamento de sangue. As sequelas podem ser reversíveis, como num AVC isquêmico pequeno ou podem deixar consequências neurológicas importantes. O tratamento é baseado na reabilitação multidisciplinar com fisioterapia, psicologia e outros tratamentos.
Fonte: Expresso MT
18 de fevereiro de 2010

Teste de Aids após Carnaval

 

O Ministério da Saúde começa a segunda fase da campanha de prevenção à Aids depois do Carnaval. O  objetivo é estimular a população, especialmente os jovens, a fazer o teste para diagnosticar a infecção pelo vírus. O teste de Aids é uma forma responsável de evitar novos contágios, quando se passa por situações de risco, e aumentar o tempo de vida do doente. A partir dos 12 anos, o jovem tem autonomia para fazer o exame, de forma sigilosa, sem necessitar de autorização dos pais.

Dados do Ministério da Saúde mostram que o maior aumento do contágio é entre os jovens, as mulheres e os homossexuais com idade entre 13 e 19 anos.Os jovens iniciam a vida sexual cada vez mais cedo. Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira, feita pelo Ministério da Saúde em 2009, mostrou que 64,8% das entrevistadas do sexo feminino entre 15 e 24 anos eram sexualmente ativas e 44% realizaram o exame pelo menos uma vez.

                                                                      
A coordenadora da Rede de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/AIDS, Micaela Cyrino, disse que, apesar da facilidade de acesso ao teste, a desmotivação dos jovens para fazer o exame deve-se ao preconceito contra a doença.“Os jovens só fazem o teste quando passam por uma situação de alto risco. Eles sabem que se o resultado der positivo terão que explicar como pegaram o vírus e irão discriminá-lo”, afirmou Micaela.
 
Segundo Eduardo Barbosa, diretor adjunto do departamento DST/AIDS e Hepatites Virais, após fazer o exame, o adolescente é aconselhado a trazer um adulto para receber o resultado, mas ele tem o direito de confidencialidade e sigilo.“Se o exame der positivo, o paciente é encaminhado ao atendimento psicológico. Mas os profissionais de saúde precisam avaliar as condições do jovem para receber a informação, conforme orienta o Conselho Federal de Medicina”, disse Eduardo.
Barbosa explica que em todas as faixas etárias as mulheres são as que mais fazem a testagem, em função dos investimentos na saúde da mulher e principalmente nos cuidados com o pré-natal. “Ainda associa-se a Aids à morte. Existe medo de conhecer o diagnóstico, mas isso pode significar uma morte antecipada. Quanto mais cedo as pessoas conhecerem seu estado sorológico, melhor, e mais tempo de vida vão ter”

De acordo com o Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/AIDS) a pessoa interessada em fazer o teste deve se dirigir a um posto de saúde ou a um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA). O exame é gratuito e sigiloso. Em São Gonçalo, o Posto de Saúde de Neves é o responsável pelo exame.

Todos os testes devem ser realizados de acordo com a norma definida pelo Ministério da Saúde e com produtos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA/MS) e por ela controlados.
Fonte: Expresso MT
18 de fevereiro de 2010

Pós-graduação em questão

Brasília, 17 de fevereiro de 2010 – A Sétima Turma do Tribunal Regional Federal da 1º Região negou provimento ao recurso interposto por profissional que questionava o indeferimento de registro de pós-graduação efetuada antes da graduação. Tal decisão confirma a legalidade do trabalho realizado pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), que vem indeferindo os registros de pós-graduação dos alunos que obtiveram o diploma antes mesmo da graduação na área. Para o Presidente do Conselho, Roberto Cepeda, a decisão foi de extrema importância. “A formação continuada deve ser tratada de forma exemplar, jamais poderemos deixar que interesses diversos se sobreponham ao trabalho das nossas profissões e da sociedade”, conclui.
 
Segundo Gustavo Quirino, procurador jurídico do Coffito, ao analisar a situação, não há outra possibilidade senão indeferir o referido pedido. “Isso não poderia acontecer, uma vez que o fato de o profissional ter cursado a pós-graduação em momento anterior a sua graduação fere os ditames da Lei 9394/96, mais precisamente o artigo 44”, afirma.
 
A Lei 9.394/06 refere-se às Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que estabelece a pós-graduação como curso a ser frequentado em momento posterior a graduação. Tal situação se dá em razão de que a pós-graduação, segundo os posicionamentos mais atuais do Ministério da Educação e Cultura, se destina ao preparo do pós-graduando para a sua atividade profissional. Sendo assim, não é possível atuar na profissão sem nem mesmo ter o conhecimento necessário de sua futura profissão.
 
Além disso, a Resolução do Conselho Nacional de Educação – CNE/CES nº 1, de 3 de abril de 2001, também normatiza o funcionamento dos cursos de pós-graduação no país e estabelece, em seu art. 6º, § 2º, que os cursos de pós-graduação lato sensu são oferecidos para portadores de diploma de curso superior.
 
Sobre o COFFITO – O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) é uma Autarquia Federal criada pela Lei nº 6316, de 17 de dezembro de 1975, que representa cerca de 140 mil profissionais e tem como objetivos a normatização e o exercício do controle ético, científico e social das atividades da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional, das profissões de Fisioterapeuta e de Terapeuta Ocupacional e das empresas prestadoras de tais tipicidades assistenciais ao meio social.      
 
 
ASSESSORIA DE IMPRENSA – COFFITO
Proativa Comunicação
Contatos: Carolina Rangel  (61) 8128-7514
                Flávio Resende    (61) 9216-9188            
Tel.: (61) 3329-5821
 
 
19 de janeiro de 2010

19 de Janeiro: Dia Internacional da Terapia Ocupacional

O Terapeuta Ocupacional pode ser considerado como o cientista sócio- sanitário que se ocupa do fazer humano, estudando os comportamentos ocupacionais, objetivando resgatar a funcionalidade objetiva e subjetiva de cada sujeito, em diferentes grupos e demandas cotidianas. As transformações tecnológicas que emergiram na primeira década do corrente milênio, juntamente com as intensas mudanças societárias, ecossistêmicas, nas relações de trabalho e do capital, propugnaram por alavancar os Terapeutas Ocupacionais em busca de uma profunda revisão acerca do papel do profissional diante dos desafios que este cenário anuncia.

Historicamente, a essência da Terapia Ocupacional foi centrada no uso da atividade humana com o caráter terapêutico Entretanto, o uso com finalidade terapêutica das ocupações não é algo recente, remontando às primeiras civilizações. Na China, cerca de 2600 a.C, pensava-se que a inatividade seria a gênese da doença e as atividades eram usadas como tratamento e treinamento físico.

O marco temporal de fundação da Terapia Ocupacional situa-se no século passado. Numa brevíssima retrospectiva, pode ser observado que em 1910 as primeiras praticantes da profissão de Terapia Ocupacional, chamadas de ajudantes de reconstituição ou reabilitação, trabalharam durante a Primeira Guerra Mundial, a fim de promover a reabilitação de soldados feridos, incapacitados e de pacientes civis. Havia a necessidade de ter algo útil fazer e, assim, recompor a finalidade em suas vidas. No Brasil, em 1911 surgiu a Colônia para Mulheres no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde mais tarde a Dra. Nise da Silveira desenvolveria o trabalho das artes plásticas denominado de terapêutica ocupacional. Foi somente nas duas primeiras décadas do séc. XX que ocorre o início formal da Terapia Ocupacional, com o renascimento do tratamento moral, impulsionado pela necessidade pela Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) para o tratamento dos soldados deficientes.

William Rush Dunton, nos EUA conforme afirma Nobre (2004) publicou o livro “Occupational Therapy: manual for nurses”, surgindo, então, pela primeira vez o termo Terapia Ocupacional e com ele a Sra.Eleanor Clarke Slage (Fonte: NETF. No.) fundou a primeira escola. Em 15 de março de 2010 estamos comemorando os 92 anos de fundação da profissão de Terapeuta Ocupacional. Segundo os registros de MORUNO (2003), na cidade de New York (EUA), no dia 15 de março de 1917 as Sras. Eleanor Clark Slagle, Susan Cox Johnson e Isabel G. Newton, os Srs. George Edward Barton, William Rush Dunton e Thomas Bissel Kidner rubricaram o documento de criação da associação americana de terapia ocupacional. Esse documento é considerado o Ato de Fundação da Terapia Ocupacional no mundo, tal como a conhecemos na atualidade.

 Em 1920 (Fonte: Canadian Association of Occupational Therapists-CAOT) a Terapia Ocupacional se expandiu para além dos serviços de reabilitação física, passando a atuar também junto a pacientes com tuberculose e atendendo indivíduos com doença mental. Em 1922 surge a primeira definição: “Terapia Ocupacional é qualquer atividade, mental ou física, especificamente prescrita e orientada com o objetivo de contribuir e apressar a recuperação de doença ou lesão”.

 Em 1922, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, a Colônia Juliano Moreira foi fundada inspirada no trabalho do Dr.Juliano Moreira e objetivava proporcionar ocupações agrícolas e artesanais para os doentes. Já em 1930, segundo os registros da CAOT, na cidade de Toronto (Canadá) havia uma feira ocupacional destinada à exposição e comercialização dos produtos resultantes do atendimento das terapeutas ocupacionais aos soldados que retornaram da guerra, com o propósito de lhes devolver significado à vida, como também apresentando cunho filantrópico ao lhes auxiliar em questões financeiras. A Rua 331 Bloor Ocidental era conhecida como Rua Ocupacional e entre 1918 e 1940 teve essa função. Durante a época das férias de junho todos os anos um conjunto de ruas eram fechadas para a feira ocupacional anual que parava o centro de Toronto!

Ao final dessa década,  a Terapia Ocupacional se alinhou mais à Medicina organizada, a fim de buscar maior cientificidade como, de um modo geral, buscaram outras profissões de saúde naquela época.

Passados 92 anos, o novo milênio convida os profissionais a atuarem em novas frentes de intervenção laboral, quer seja na Educação, na Cultura ou na justiça, cidadania e direitos humanos. Existem ainda inúmeros outros nichos mercadológicos, onde os profissionais dessa categoria laboral estão sendo necessários. A exemplo disso, existe um embrião da formação de uma rede na America Latina para a montagem de um banco de dados com Terapeutas Ocupacionais que atuem em catástrofes naturais e em situações-limite, como os conflitos armados e a violência urbana, constituindo uma espécie de “Terapeutas Ocupacionais Sem Fronteiras”.

Especulações à parte, a reflexão inevitável acerca dos rumos da Terapia Ocupacional a partir dos balizamentos teóricos da ciência ocupacional e das praxes dos profissionais encontra amparo nas seguintes indagações: Quais são as necessidades dos Terapeutas Ocupacionais em termos de complexidade para a formação acadêmica, para a garantia de exercício profissional nos espaços legítimos de sua especificidade e ampliação dos horizontes interventivos? Quais são os projetos possíveis para a melhoria da formação acadêmica? Como constituir elementos que subsidiem a maturidade acadêmica e a articulação entre teoria e prática e as perspectivas para incentivar a educação continuada? Quais são as estratégias de adequação dos currículos no Brasil e na América Latina às necessidades regionais? O momento é de reflexão, mas é também de ação, embalada pelas oportunidades das políticas públicas de saúde,desenvolvimento social e justiça.

A categoria tem avançado e conquistado nichos mercadológicos para o crescimento da sustentabilidade laboral dos profissionais.

A visibilidade da profissão e a empregabilidade estão ligadas diretamente a outro elemento injetor de ânimo e de vitalidade para qualquer profissão: a ampliação de vagas na rede pública no ensino para novos Terapeutas Ocupacionais no Brasil. A abertura dos cursos de graduação foi resultado de um árduo e longo processo onde diferentes atores de diferentes segmentos representativos da categoria dialogaram e lutaram. Envidando os esforços para alcançar os objetivos almejados, após anos de luta o êxito foi logrado.

Permanece a inquietação com o destino dos cursos na iniciativa privada. Quais seriam as estratégias para salvaguardar a existência destes cursos com qualidade? Com o objetivo de avançar neste campo, deveria haver uma interlocução com a educação na busca de soluções.

Ainda há muito o que fazer, com a finalidade de suprir a carência no quantitativo de profissionais capacitados em todo o território nacional, para assumir as responsabilidades e condução da parte que cabe ao Terapeuta Ocupacional na atuação junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), na Educação e na reorganização do sistema judiciário brasileiro.

Aos pioneiros da profissão no Brasil, aqueles que elegeram a clínica ou a educação como forma de contribuir para o crescimento da Terapia Ocupacional, o nosso reconhecimento e gratidão. Os 92 anos de profissão conclamam os novos profissionais para que todos busquem novas oportunidades, de forma criativa, crítica , construtiva e ética.

No ano de 2010 a Terapia Ocupacional completa 92 anos de constituição como profissão autônoma. Este deve ser um bom momento de maturidade para pensarmos nas questões que afligem a categoria. Cada profissional deve estabelecer esta meta e buscar  ampliar novas estruturas de classe e fortalecer o lugar do Terapeuta Ocupacional nos órgão representativos específicos da categoria.

O futuro já começou!Vamos juntos pensar nos próximos 92 anos, onde e como queremos estar.

Quem sabe faz a hora não espera acontecer!”

Parabéns!
 
por Rita Bittencourt
 
_______________________________________________________________________________________________________
Fontes consultadas:

Aguilera, Montse Rincón.et all. La terapia ocupacional en el ambito

Penitenciario. Revista de Terapia Ocupacional Galícia.ISSN:1885-527x

Battisti, Mario; Quirino, Gustavo. Ética do cuidado: código de ética comentado da fisioterapia e da terapia ocupacional. São Paulo: Musa, 2006.BARROS, Denise D., Terapia Ocupacional Social: história e método, São Paulo, 2000.  

Bittencourt,Rita C.B. :Arqueologias , Saberes, Fazeres e Afetos : interfaces entre a fenomenologia e  uma possível clínica social da Terapia Ocupacional.Anais do IV CONNTO.Maceió.2006.

Briggs, Anne K.; Duncombe, Linda W.; Howe, Margot C.; Schwartz, Sharan L. Perguntas e Respostas de Terapia Ocupacional Psicossocial.São Paulo: Manole, 1987.

Canadian Association of Occupational Therapist.www.caot.ca. Acessado em janeiro 2010.

Durant, Will, História da Filosofia – A Vida e as Idéias dos Grandes Filósofos, São Paulo, Editora Nacional, 1. ª edição, 1926.
Durante Molina, P.; Noya Arnaiz, B.; Moruno Miralles, P. & cols. Terapia Ocupacional en Salud Mental, 23 casos clínicos comentados. Ed: Masson, 2000.

European Network of Occupational Therapy in Higher Education.2005.

http://www.wikipedia.org. Acessado em janeiro 2010.

Nobre,Marco.www.marconobre.pt .Acessado em janeiro 2010.

Niestdalt.: Willard/Spacman. Terapia Ocupacional. Ed: Panamericana.
Kielhofner, G.: Terapia Ocupacional Modelo de Ocupación Humana. Teoría y Aplicación. Ed: Panamericana. 3ª ed., 2004
Mello Filho,Virgílio Cordeiro.Comunicações Orais.ABBR.RJ.2006.

Moruno Miralles, P. Utilización de la Actividad em Terapia Ocupacional, 2005. em www.terapia-ocupacional.com

Coleção Os Pensadores, Os Pré-socráticos, Abril Cultural, São Paulo, 1. ª edição, vol. I agosto 1973.

Rubem Queiroz . Filosofia:Fenomenologia. Cobra.www.cobra.pages.nom.br. 2006.

Yerxa EJ. Artigo.Am J Occup Ther; 59(1):108-12, 2005.

Talavera Valverde, M.A. Terapia Ocupacional. La Ocupación en las Unidades de Hospitalización Psiquiátricas. En www.terapia-ocupacional.com .