1 de fevereiro de 2016

‘Estamos perdendo a luta contra o mosquito’, diz Dilma

'Estamos perdendo a luta contra o mosquito', diz Dilma

Após a fala do ministro Marcelo Castro (Saúde) de que o país está perdendo "feio" a batalha contra o mosquito Aedes aegypti, a presidente Dilma Rousseff fez a mesma avaliação, nesta sexta-feira (29), e disse que trata-se de uma "constatação da realidade".

"Nós estamos perdendo a luta contra o mosquito, porque enquanto o mosquito reproduzir-se, todos nós estamos perdendo a luta contra o mosquito", afirmou após visitar a sala nacional de coordenação e controle de medidas de combate ao vetor no país.

Há dois dias, a presidente fez, justamente, a declaração oposta: em agenda no Equador, quando questionada sobre o tema, disse que o Brasil não estava perdendo a batalha.

Ao ser questionada mais uma vez pela imprensa sobre a fala de Castro, a presidente disse: "É impressionante. Eu achei fantástico". "Por que criar um problema com a constatação da realidade? Dizer que estamos perdendo é porque nós queremos ganhar. Estamos dizendo se não nos mobilizarmos, vamos perder isso", completou, ao lado do peemedebista.

A presidente, entretanto, foi otimista ao dizer que o Brasil vai "ganhar esta guerra". "Nós vamos demonstrar que o povo brasileiro é capaz de ganhar essa guerra. As igrejas, sindicatos, o governo. Cada um de nós."Por cerca de uma hora, ela fez videoconferência com governadores de cinco Estados do país, para tratar do tema. Entre eles, Pernambuco, Paraíba e Bahia, que lideram os casos de zika no Brasil. De acordo com relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgado ontem, 4 milhões de pessoas podem ser atingidas pelo vírus nas Américas. Somente no Brasil, a estimativa é de um total de 1,5 milhão de infectados.

De acordo com Marcelo Castro, uma reunião de ministros da Saúde da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) pode ocorrer na próxima quarta-feira, no Uruguai, para tratar do tema.

Os governadores de São Paulo e Rio de Janeiro também conversaram com a petista, que estava acompanhada de oito ministros de seu governo. Segundo Dilma, o tucano Geraldo Alckmin informou de que na próxima segunda começam os testes de vacina da dengue, desenvolvida pelo Instituto Butantã.

'NÃO É UMA GRIPE'

Em sua fala à imprensa, a presidente ponderou que o vírus zika ainda é desconhecido na comunidade científica e negou que a reação do governo seja tardia. "Recentemente é que foi avaliado que essa seria uma doença. Quem contribuiu muito para que houvesse essa consciência foi o Brasil, através dos órgãos do Ministério da Saúde. () Esse é um processo que está em curso."

Ela argumentou ainda que este é um momento mais grave em comparação a períodos anteriores, quando o mosquito também ganhou destaque diante do aumento de casos de dengue no país. "A dengue é que nem uma gripe. Agora, o zika não. O zika não é uma gripe."

A comparação entre dengue e zika, porém, não é recomendada por especialistas –só em 2015, a dengue teve mais de 1,5 milhão de casos no país, além de causar 863 mortes, o maior número registrado desde 1990.

Enquanto a dengue tem como sintomas febre alta, dores no corpo, náuseas e vômitos, podendo evoluir para formas graves e óbito, a infecção por zika é considerada de menor duração e mais leve, caracterizada principalmente por febre baixa, coceira e pequenas manchas vermelhas. A gravidade do zika, no entanto, está em possíveis complicações associadas à infecção prévia pelo vírus, como doenças neurológicas. Recentemente, o zika também passou a ser associado à ocorrência de microcefalia em recém-nascidos.

Questionada sobre o orçamento para ações contra o mosquito, Dilma foi enfática em dizer que não faltará dinheiro para iniciativas do poder público. "Essa despesa tem a ver com saúde pública no país. Ela não sofre contingenciamento nem limites".

FAXINA NA ESPLANADA

Nesta sexta-feira, a Esplanada dos Ministérios é alvo de uma série de ações para combater a proliferação do mosquito – recentemente, o ministro Marcelo Castro (Saúde) afirmou que o país está perdendo "feio" a batalha contra oAedes aegypti.

Entre as ações, estão previstas palestras para difundir as principais formas de combate ao mosquito (no Palácio do Planalto e Itamaraty) e mobilização para inspecionar focos do Aedes aegypti em instalações dos edifícios – como nos edifícios da Integração Nacional, Planejamento, Transportes e Desenvolvimento Agrário.

Em evento com fuzileiros sobre a participação das Forças Armadas no combate ao mosquito da dengue, a presidente disse que esse será o "o centro da operação". "Pela capacidade de mobilização, pela disciplina, pela capacidade de conscientização", afirmou

Fonte: Folha de São Paulo

1 de fevereiro de 2016

Ministério da Saúde e Núcleo de Telessaúde da UFRGS lançam seis novos Protocolos de encaminhamento da Atenção Básica para a Atenção Especializada

Ministério da Saúde e Núcleo de Telessaúde da UFRGS lançam seis novos Protocolos de encaminhamento da Atenção Básica para a Atenção Especializada

O Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Atenção Básica (DAB) e do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas (DRAC), e Núcleo de Telessaúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (TelessaúdeRS/UFRGS), acabam de disponibilizar mais seis Protocolos de encaminhamento da Atenção Básica para a Atenção Especializada com os temas: Cardiologia, Reumatologia e ortopedia adulto, Ginecologia, Cirurgia Torácica e Pneumologia, Urologia e Proctologia.

As publicações têm o objetivo de orientar as equipes que atuam na atenção básica, qualificando o processo de referenciamento de usuários para outros serviços especializados. É uma ferramenta, ao mesmo tempo, de gestão e de cuidado, pois tanto guiam as decisões dos profissionais solicitantes quanto se constitui como referência que modula as avaliações apresentadas pelos médicos reguladores.

A publicação dos Protocolos é mais uma oferta do Ministério da Saúde/UFRGS que tem o objetivo de aumentar a resolutividade da atenção básica, possibilitando melhor organização do acesso às ações e aos serviços de saúde especializados.

Acesse, abaixo, as publicações:

Protocolos de encaminhamento da Atenção Básica para a Atenção Especializada
Volume 2 – Cardiologia
Protocolos de encaminhamento da Atenção Básica para a Atenção Especializada

Volume 3 – Reumatologia e ortopedia adulto
Protocolos de encaminhamento da Atenção Básica para a Atenção Especializada

Volume 4 – Ginecologia
Protocolos de encaminhamento da Atenção Básica para a Atenção Especializada

Volume 5 – Cirurgia Torácica e Pneumologia
Protocolos de encaminhamento da Atenção Básica para a Atenção Especializada

Volume 6 – Urologia
Protocolos de encaminhamento da Atenção Básica para a Atenção Especializada

Volume 7 – Proctologia

Acesse, também, o protocolo para as áreas de Endocrinologia e Nefrologia, publicado em 2015:

Protocolos de encaminhamento da Atenção Básica para a Atenção Especializada
Volume 1 – Endocrinologia e Nefrologia

Fonte: Agência Saúde

28 de janeiro de 2016

ABENFISIO promove consulta pública sobre a Reformulação das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Fisioterapia

ABENFISIO promove consulta pública sobre a Reformulação das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Fisioterapia

O COFFITO, em apoio à iniciativa da Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia (ABENFISIO), que visa ampliar a discussão sobre a necessidade de atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Fisioterapia, solicita a participação dos profissionais no preenchimento de Consulta Pública, disponível até o dia 31 de março. 

De acordo com a ABENFISIO, entre as justificativas para análise do tema está a inserção do profissional fisioterapeuta em diversos cenários e níveis de atenção à saúde; e a influência econômica e sociocultural no campo de conhecimento, o que leva a uma necessidade contínua de reconfiguração de práticas e de readequação do processo de formação na graduação, visando, dessa maneira, promover uma formação profissional alinhada à realidade da Fisioterapia.

A discussão das DCNs teve início durante o II Congresso Brasileiro de Educação em Fisioterapia e o XXV Fórum Nacional de Ensino em Fisioterapia. Para ampliar o debate e levar o tema ao conhecimento de mais profissionais, a ABENFISIO optou pela realização de uma consulta pública, que se configura como uma das etapas do processo de estudo e reformulação das Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Fisioterapia.

Clique aqui e participe!

28 de janeiro de 2016

Ministério da Saúde investiga 3.448 casos suspeitos de microcefalia

Ministério da Saúde investiga 3.448 casos suspeitos de microcefalia

Além dos casos que permanecem em investigação, outros 270 já tiveram confirmação para a doença e 462 foram classificados como descartados

 

O Ministério da Saúde e os estados investigam 3.448 casos suspeitos de microcefalia em todo o país. O novo boletim divulgado nesta quarta-feira (27) aponta também que 270 casos já tiveram confirmação de microcefalia, sendo que 6 com relação ao vírus Zika. Outros 462 casos notificados já foram descartados. Ao todo, 4.180 casos suspeitos de microcefalia foram registrados até 23 de janeiro. 

“O aumento dos casos suspeitos notificados nesta última semana foi inferior, se comparado a  semanas anteriores.  O crescimento dos casos notificados foi de 7%, com relação ao boletim do dia 20 de janeiro. Já a quantidade de casos descartados, no mesmo período, cresceu 63%, passando de 282 para os atuais 462”, ressaltou Cláudio Maierovitch, diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.

No total, foram notificados 68 óbitos por malformação congênita após o parto (natimorto) ou durante a gestação (abortamento espontâneo). Destes, 12 foram confirmados para a relação com infecção congênita, todos na região Nordeste, sendo 10 no Rio Grande do Norte, um no Ceará e um no Piauí. Continuam em investigação 51 mortes e outras cinco já foram descartadas.

Cabe esclarecer que o Ministério da Saúde está investigando todos os casos de microcefalia ou malformações informados pelos estados, e a possível relação com o vírus Zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infecciosos, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral.

De acordo o informe, os 4.180 casos noticiados, desde o início das investigações no dia 22 de outubro do ano passado – foram registrados em 830 municípios de 24 unidades da federação. A região Nordeste concentra 86% dos casos notificados, sendo que Pernambuco continua com o maior número de casos que permanecem em investigação (1.125), seguido dos estados da Paraíba (497), Bahia (471), Ceará (218), Sergipe (172), Alagoas (158), Rio Grande do Norte (133), Rio de Janeiro (122) e Maranhão (119).

Até o momento, estão com circulação autóctone do vírus Zika 22 unidades da federação. São elas: Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

TESTAGEM – Atualmente, a circulação do Zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas. O Ministério da Saúde distribuirá 500 mil testes para realizar o diagnóstico de PCR (biologia molecular) para o vírus Zika.

Com isso, os laboratórios públicos ampliarão em 20 vezes a capacidade dos exames, passando de mil para 20 mil diagnósticos mensais. As primeiras 250 mil unidades tem entrega prevista para fevereiro, inicialmente aos 27 laboratórios, sendo quatro de referência e 23 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN). A previsão é que os outros 250 mil testes estejam disponíveis a partir do segundo semestre. No total, o Ministério da Saúde investiu R$ 6 milhões para a aquisição dos produtos.

A recomendação do Ministério de Saúde, conforme Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia, é que sejam priorizadas, para a realização do teste, mulheres grávidas com sintomas do vírus Zika, gestantes com bebê microcefálico, além de recém-nascidos com suspeita de microcefalia.

ORIENTAÇÃO – O Ministério da Saúde orienta as gestantes adotarem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

Distribuição dos casos notificados de microcefalia por UF, até 23 de janeiro de 2016

Regiões e Unidades Federadas

Casos  de Microcefalia e/ou malformações, sugestivos de infecção congênita

Total acumulado de casos notificados de 2015 a 2016

Em investigação

Confirmados

Descartados

Brasil

3.448

270

462

4.180

Alagoas

158

0

0

158

Bahia

471

35

27

533

Ceará

218

4

7

229

Maranhão

119

0

15

134

Paraíba

497

31

181

709

Pernambuco

1.125

138

110

1.373

Piauí

91

0

0

91

Rio Grande do Norte

133

60

15

208

Sergipe

172

0

0

172

Região Nordeste

2.984

268

355

3.607

Espírito santo

52

0

0

52

Minas Gerais

8

1

39

48

Rio de Janeiro

122

0

0

122

São Paulo

18

0

0

18

Região Sudeste

200

1

39

240

Acre

Sem registro

Sem registro

Sem registro

Sem registro

Amapá

Sem registro

Sem registro

Sem registro

Sem registro

Amazonas

Sem registro

Sem registro

Sem registro

Sem registro

Pará

6

0

0

6

Rondônia

1

0

0

1

Roraima

5

0

0

5

Tocantins

70

0

12

82

Região Norte

82

0

12

94

Distrito Federal

5

0

9

14

Goiás

62

0

0

62

Mato grosso

110

0

37

147

Mato Grosso do Sul

3

0

1

4

Região Centro-Oeste

180

0

47

227

Paraná

2

0

8

10

Santa Catarina

0

0

1

1

Rio Grande do Sul

0

1

0

1

Região Sul

2

1

9

12

 

Fonte: Agência Saúde

27 de janeiro de 2016

Implante cerebral poderá devolver visão e audição

Implante cerebral poderá devolver visão e audição

 

A Darpa, divisão de pesquisas de tecnologias de defesa do exército dos Estados Unidos, anunciou nesta semana um projeto que visa a criação de um implante que permitirá que o cérebro se comunique com máquinas, algo como uma telepatia entre humanos e computadores.

Chamado NESD (Neural Engineering System Design), o dispositivo teria o tamanho aproximado de um dado e teria também aplicações para a saúde. Por exemplo, a integração do cérebro com máquinas em tempo real pode ajudar a criar melhores soluções compensatórias para pessoas com problemas de visão e audição.

O NESD poderia transmitir informações como áudio e vídeo – este último chegaria em uma resolução mais alta do que a encontrada em televisores com telas 4K disponíveis no mercado atualmente. 

Como indica o The Next Web, há uma série de aplicações possíveis para um implante como este que a Darpa trabalha para viabilizar. Daria para fazer pesquisas instantâneas no Google, conversar com amigos ou mesmo receber orientações para chegar a um determinado destino.

Nos próximos quatro anos, a Darpa vai investir 60 milhões de dólares no projeto NESD.

As interfaces neurais que existem hoje tentam enviar uma série de informações por meio de 100 canais, cada um reunindo dezenas de milhares de neurônios por vez. O projeto da Darpa se propõe a ser mais organizado e a gerar menos ruído na comunicação. A ideia é que o implante possa trocar dados de forma clara e individual com qualquer neurônio – porém, com limite de 1 milhão – em uma determinada área do cérebro humano.

No entanto, para que esse implante neural seja viável, a Darpa deixa claro que serão necessárias algumas descobertas em diversas disciplinas, como neurociência, biologia sintética, sistemas de engenharia, eletrônicos de baixo consumo e provas clínicas. 

Por conta disso, o órgão não estabelece uma data para que essa interface homem-máquina seja criada. Por outro lado, diversos especialistas nesses campos serão contratados para trabalhar no projeto, que pode ajudar a criar soldados conectados, bem como oferecer soluções melhores para problemas auditivos e visuais de civis.

Fonte: Exame.com

26 de janeiro de 2016

Microcefalia ligada ao zika é severa em 71% dos casos, diz estudo

Microcefalia ligada ao zika é severa em 71% dos casos, diz estudo

Um novo artigo publicado nesta sexta (22) pelo Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC) fez a avaliação mais completa do conjunto de características da microcefalia causada especificamente pelo vírus zika, baseada em 35 bebês brasileiros.

Os dados mostram que mais de 70% das mães de filhos com microcefalia ligada à infecção pelo zika apresentaram vermelhidão entre o primeiro e segundo trimestre de gestação. Das crianças, 71% apresentam microcefalia severa –perímetro cefálico muito reduzido.

O artigo foi assinado por pesquisadores de diversas instituições brasileiras e pode ajudar a separar os casos de microcefalia por zika dos que têm outras causas.

EXCESSO DE PELE

Um dado importante do estudo é que cerca de um terço das crianças nasceu com excesso de pele no crânio. Isso indica que o feto sofreu um estresse ainda no útero da mãe que interrompeu o seu desenvolvimento normal, explica a médica e geneticista da Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro Dafne Horovitz, uma das autoras do estudo.

Outras complicações notáveis relatadas pelos pesquisadores são uma doença articular (artrogripose), pé-torto e problemas oftalmológicos (como um globo ocular anormalmente pequeno).

A ideia de fazer essa avaliação extensa foi capitaneada pela Sociedade Brasileira de Genética Médica.

O trabalho foi feito com 37 crianças que nasceram com microcefalia. Duas foram excluídas porque a origem da condição não era ligada ao zika: uma tinha uma alteração genética e a outra sofreu com a infecção por citomegalovírus –uma das causas "clássicas" da má-formação.

A condição geralmente reflete subdesenvolvimento cerebral: o órgão não cresce e há uma consolidação precoce do crânio. Entre os 27 bebês que passaram por exames de neuroimagem, todos apresentaram alterações como calcificações, alargamento dos ventrículos (cavidades do cérebro) e alteração no padrão de migração dos neurônios (importantes para a adequada formação do cérebro).

Entre os achados neurológicos estão alterações de tônus muscular (37% dos casos), reflexos anormalmente elevados (20%), irritabilidade (20%), tremores(11%) e convulsões (9%).

A análise do líquido cerebrospinal (que banha o cérebro e a medula) ainda não ficou pronta e servirá de "atestado definitivo" de que o vírus esteve no sistema nervoso dos bebês, diz o artigo.

Os cientistas ainda continuarão incluindo novos casos na análise, relata Dafne, mas há dificuldades. "É difícil detectar microcefalia com os instrumentos que a gente tem. Quando o bebê nasce, só se marca 'sim' ou 'não' na questão sobre malformações. A gente depende da descrição dos médicos. Na declaração de nascido vivo não tem um espaço para o perímetro cefálico."

Fonte: Folha de São Paulo

26 de janeiro de 2016

OMS alerta que zika deve afetar quase todo continente americano

OMS alerta que zika deve afetar quase todo continente americano

vírus zika, transmitido por mosquitos e suspeito de provocar más-formações fetais, deve atingir todo o continente americano, com exceção do Canadá e Chile, advertiu a OMS (Organização Mundial da Saúde) nesta segunda-feira (25).

O vírus já está presente em 21 dos 55 países e territórios das Américas, afirma a OMS em um comunicado. Mas, de acordo com a nota oficial, omosquito Aedes Aegypti, que transmite o vírus zika, assim como dengue echikungunya, já está presente em todos os países do continente, com exceção de Chile e Canadá.

Por este motivo, a agência da ONU prevê que "o vírus zika continuará a expansão e provavelmente afetará todos os países e territórios da região com presença do Aedes Aegypti". A OMS explica que como a população do continente não ficou exposta ao vírus antes do registro de casos no Brasil, em maio do ano passado, carece de imunidade, o que permite a propagação da doença com mais rapidez.

Ao abrir a reunião do comitê executivo da organização nesta segunda em Genebra, sua diretora, Margaret Chan, disse que "a propagação explosiva do vírus zika a novas áreas geográficas com escassa imunidade entre a população é motivo de preocupação, sobretudo pelo possível vínculo entre as infecções durante a gravidez e as crianças nascidas com microcefalia".

Chan destacou que "o vínculo causal entre a infecção pelo zika na gravidez e a microcefalia não foi comprovado", mas que os indícios existentes "são sugestivos e extremamente preocupantes".

A agência da ONU destacou que, apesar de estar claro que o mosquito Aedestransmite o zika, as provas de uma transmissão por outras vias são limitadas no momento. "Se descreveu um possível caso de transmissão sexual entre duas pessoas", indicou a OMS, que destacou a necessidade de mais testes para comprovar a hipótese. 

Fonte: Folha de São Paulo

 

25 de janeiro de 2016

Conheça os indicadores do Fator de Qualidade estabelecidos pela ANS

Conheça os indicadores do Fator de Qualidade estabelecidos pela ANS 

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleceu os critérios para a composição do Fator de Qualidade para o setor de saúde suplementar. A medida é válida para os casos em que couber o uso do índice de reajuste definido pela Agência para os contratos entre operadoras e prestadores de serviços hospitalares – ou seja, nas situações em que não houver um índice previsto no contrato ou acordo entre as partes na livre negociação de reajustes, conforme definido na Resolução Normativa RN nº 364/2014.

A Instrução Normativa nº 61/2015 propõe utilizar os programas de Acreditação já estabelecidos e reconhecidos no Brasil, bem como indicadores e os programas de indução e melhoria da qualidade desenvolvidos pela ANS como parâmetros para a aplicação do Fator de Qualidade.

Nos hospitais, as normas já valem a partir de 2016. A base de cálculo definida pela ANS é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para este tipo de estabelecimento de saúde, o Fator de Qualidade será aplicado ao reajuste dos contratos da seguinte forma: 105% do IPCA para os estabelecimentos acreditados; 100% para hospitais não acreditados, mas que cumpram as metas dos indicadores selecionados e/ou participem de projetos estabelecidos pela Diretoria de Desenvolvimento Setorial (DIDES), como o Projeto Parto Adequado; e de 85% para unidades que não atenderem nenhum desses critérios. 

A proposta é considerar hospital acreditado aquele que possui certificado de acreditação em nível máximo emitido por instituições que tenham obtido reconhecimento da competência para atuar como Instituições Acreditadoras no âmbito dos serviços de saúde pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – INMETRO ou pelo The International Society for Quality in Health Care – ISQUA.

No primeiro ano de vigência da Instrução Normativa nº 61, os critérios de qualidade considerados para fins de aplicação do percentual intermediário serão: atingir a meta do indicador proporção de guia eletrônica de cobrança na versão 3 do Padrão TISS e ter efetiva participação no Projeto Parto Adequado, comprovada pela melhoria no indicador de partos normais ou cumprir a meta dos indicadores: núcleo de segurança do paciente cadastrado na ANVISA e proporção de readmissão em até 30 dias da última alta hospitalar.

Os critérios de qualidade descritos serão revisados anualmente, podendo-se excluir, alterar ou incluir demais parâmetros, considerando as políticas regulatórias do setor e análise de possíveis impactos ou dificuldades para implementação. “Espera-se que no médio prazo, com o aprimoramento do Programa de incentivo à Qualificação de Prestadores de Serviços da Saúde Suplementar – Qualiss, em seu componente de Monitoramento da Qualidade dos Prestadores de Serviços, avancemos na análise de indicadores de resultado em saúde e esse passe a ser o critério de pontuação máxima para o Fator de Qualidade”, explicou Martha de Oliveira, diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS. 

Cartilha – A Lei 13.003, sancionada em junho de 2014, tem o objetivo de reforçar a obrigatoriedade dos contratos escritos garantindo maior transparência e equilíbrio na relação entre as operadoras de planos de saúde e os prestadores de serviços. 

Nesta relação, entre operadoras e prestadores, podem ocorrer casos onde o plano de saúde suspende o pagamento de serviços contratados, tais como: consultas, atendimentos, medicamentos, materiais ou taxas cobradas por hospitais, clínicas, laboratórios, entre outros profissionais ou serviços de saúde conveniados. Quando isso acontece, é conhecido como glosa na saúde suplementar e os contratos celebrados devem prever os casos de glosa, prazos para a contestação e o tempo de resposta da operadora.

Visando tornar ainda mais transparente o contrato entre as duas partes, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publicou nesta quinta-feira (17/12) a Cartilha de Contratualização – Glosa. Entre as orientações, a cartilha explica que não é permitido estabelecer, no contrato, regras que impeçam o prestador de contestar e de ter acesso às justificativas das glosas.

Confira a Cartilha de Contratualização – Glosa

Confira a Instrução Normativa nº 61/2015

Confira as fichas de Indicadores de Qualidade

Fonte: ANS

21 de janeiro de 2016

Laboratórios ampliam em 20 vezes a capacidade para testes de Zika

Laboratórios ampliam em 20 vezes a capacidade para testes de Zika

O Ministério da Saúde distribuirá 500 mil testes para realizar o diagnóstico de PCR (biologia molecular) para o vírus Zika. Com isso, os laboratórios públicos ampliarão em 20 vezes a capacidade dos exames, passando de mil para 20 mil diagnósticos mensais. As primeiras 250 mil unidades serão entregues, em fevereiro, inicialmente para 27 laboratórios, sendo quatro de referência e 23 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACEN). A previsão é que os outros 250 mil testes estejam disponíveis a partir do segundo semestre. No total, o Ministério da Saúde investiu R$ 6 milhões para a aquisição dos produtos.

“A ampliação da capacidade de testagem do Zika permitirá maior representatividade e segurança para que sejam estudadas as tendências do vírus. Quanto mais amostras forem analisadas semanalmente, mais informações teremos para avaliar o modelo de vigilância do Zika e assim realizar adaptações, caso necessário”, ressaltou Cláudio Maierovitch, diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.

Além deste quantitativo, também serão adquiridos outros 500 mil testes nacionais de biologia molecular, produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para diagnóstico de dengue, Zika e chikungunya. Chamado de Kit NAT Discriminatório para dengue, Zika e chikungunya, o procedimento permite realizar a identificação simultânea do material genético para os três vírus, evitando a necessidade de três testes separados. A novidade garantirá maior agilidade para o diagnóstico realizado na rede de laboratórios do Ministério da Saúde, além de reduzir os custos e permitir a substituição de insumos estrangeiros por um produto nacional.

A recomendação do Ministério de Saúde, conforme Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia, é que sejam priorizadas, para a realização do teste, mulheres grávidas com sintomas do vírus Zika, gestantes com bebê microcefálico, além de recém-nascidos com suspeita de microcefalia.

BOLETIM – O novo informe epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (20) pelo Ministério da Saúde indica 3.893 casos suspeitos de microcefalia. As notificações foram registradas até 16 de janeiro e ocorreram em 764 municípios de 21 unidades da federação. O boletim aponta o detalhamento dos casos confirmados e descartados. Do total notificado, 224 tiveram confirmação de microcefalia, 6 confirmaram a relação com o vírus Zika e outros 282 foram descartados. Continuam em investigação 3.381 casos suspeitos de microcefalia.

No total, foram notificados 49 óbitos por malformação congênita. Destes cinco foram confirmados para a relação com o vírus Zika, todos na região Nordeste, sendo um no Ceará e quatro no Rio Grande do Norte. Além destes casos, a divulgação traz também o resultado da investigação laboratorial de um bebê com microcefalia em Minas Gerais, que teve a relação com o Zika diagnosticada. Esta é a sexta confirmação da relação da doença com o vírus. Esses resultados somam-se às demais evidências científicas obtidas em 2015 e reforçam a hipótese de relação entre a infecção pelo vírus Zika e a ocorrência de microcefalia e outras malformações congênitas.

De acordo o informe, o estado de Pernambuco continua com o maior número de casos suspeitos (1.306), o que representa 33% do total registrado em todo o país. Em seguida, estão os estados da Paraíba (665), Bahia (496), Ceará (216), Rio Grande do Norte (188), Sergipe (164), Alagoas (158), Mato Grosso (134) e Rio de Janeiro (122).

Atualmente, a circulação do Zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas. Até o momento, estão com circulação autóctone do vírus Zika 20 unidades da federação. São elas: Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

MELHORIAS – Para facilitar ainda mais o entendimento dos profissionais de saúde nos estados e municípios para as notificações dos casos suspeitos de microcefalia, o Ministério da Saúde está ajustando as nomenclaturas do ‘Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia relacionada à Infecção pelo vírus Zika’ para ‘Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia’. O objetivo é dar subsídio aos gestores estaduais e municipais de saúde para melhorar o conhecimento da situação epidemiológica de ocorrência de microcefalia, independente da causa em suas regiões.

“Estamos atualizando o protocolo para simplificar a definição de casos e facilitar a interpretação dos municípios. Assim, vamos evitar que casos que não se encaixam na nossa busca prejudiquem a avaliação dos dados”, explicou o Maierovitch.

A medida reforça a necessidade de serem notificados todos os casos de microcefalia, principalmente aqueles relacionados a algum agente infeccioso causador de malformação congênita. Entre os causadores estão: Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infecciosos, Rubéola, Citomegalovírus, Herpes Viral e o vírus Zika.

ORIENTAÇÃO – O Ministério da Saúde orienta as gestantes adotarem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.

 

Distribuição dos casos notificados de microcefalia por UF, até a SE 02/2016

Fonte: Agência Saúde

21 de janeiro de 2016

Vírus zika consegue ultrapassar a placenta na gestação, confirma análise

Vírus zika consegue ultrapassar a placenta na gestação, confirma análise

 

Uma pesquisa inédita feita pelo Instituto Carlos Chagas, da Fiocruz Paraná, confirmou que o vírus zika, hoje apontado como a principal hipótese para o aumento de casos no país de bebês com microcefalia, é capaz de atravessar a placenta durante a gestação.

A análise foi feita a partir de amostras de uma paciente do Nordeste que sofreu um aborto retido –quando o feto deixa de se desenvolver dentro do útero– durante o primeiro trimestre de gravidez.

A suspeita surgiu após a gestante informar ter tido sintomas de zika, como manchas vermelhas no corpo, na sexta semana de gravidez. Já o aborto foi detectado em exame na oitava semana.

A partir daí, amostras da placenta passaram por exames de imunohistoquímica, capazes de verificar a infecção por vírus do mesmo gênero do vírus zika.

Em seguida, foram feitos testes moleculares por meio da técnica de RT-PCR, que identificaram o genoma do vírus zika em células da mãe e do embrião.

Segundo a virologista Cláudia Nunes Duarte dos Santos, que participou da análise, o achado confirma a transmissão do vírus via placenta.

"É muito grave, e confirma a nossa suspeita. É a primeira vez que vemos o RNA [do vírus da zika] no tecido da placenta", diz a pesquisadora, uma das primeiras a identificar o vírus zika no Brasil.

Exame morfológico também mostrou uma inflamação da placenta, de acordo com a patologista Lúcia de Noronha, professora de medicina na PUC-PR, que verificou amostra.

"Dá para ver claramente que o vírus rompeu essa barreira", diz.

Ainda de acordo com a pesquisadora, testes complementares descartaram a infecção por outros flavivírus, como a dengue.

 

TRANSMISSÃO

Além da confirmação da presença do vírus na placenta, pesquisadores também verificaram os primeiros indícios de como seria um caminho possível do vírus zika durante a transmissão.

Durante a análise, o vírus foi identificado em células de Hofbauer, que atuam na manutenção da placenta e defesa do bebê.

A hipótese dos pesquisadores que analisaram as amostras é que o vírus utiliza a capacidade migratória dessas células para alcançar os vasos fetais –um mecanismo semelhante ao observado em transmissões de HIV, segundo Lúcia de Noronha.

"Essa célula se locomove na placenta. Ao se locomover, poderia inclusive carregar o vírus, funcionando como um cavalo de Troia", diz. "O HIV, por exemplo, faz isso, e engana essa célula", explica.

"Como é uma célula de muita mobilidade, pode ser que por essa célula esteja chegando no embrião. É uma hipótese que vamos pesquisar agora", completa Santos.

Ainda segundo Santos, análises anteriores já sugeriam que o vírus zika pudesse atravessar a placenta e infectar o feto, mas faltavam dados que pudessem esclarecer essa transmissão, afirma.

Em uma delas, feita pelo Instituto Oswaldo Cruz, da Fiocruz, pesquisadores verificaram a presença do vírus em amostras do líquido amniótico de duas gestantes da Paraíba, cujos fetos foram identificados com microcefalia ainda antes de nascer.

Faltavam, porém, mais evidências dessa transmissão –uma vez que o líquido amniótico pode ser atingido por outras vias, como o canal transvaginal, por exemplo.

Para Santos, a presença do vírus na placenta tanto em células da mãe quanto do embrião acaba por complementar as análises anteriores. "Isso mostra que o vírus tem potencial de fazer infecção congênita", diz.

Apesar dos achados, ainda sobram dúvidas. Ela ressalta que, ainda que a amostra analisada seja de um caso de aborto espontâneo, não é possível afirmar que o vírus foi a causa da interrupção da gestação.

Identificado no país há menos de um ano em testes com amostras de pacientes do Nordeste, o vírus zika se espalhou e já tem circulação confirmada em 21 Estados do país e Distrito Federal.

Para o infectologista Kleber Luz, do Rio Grande do Norte, embora o caso em estudo não envolva a microcefalia, o resultado reforça a possibilidade de o vírus estar relacionado ao aumento de registros de malformações em bebês. "É mais uma prova do que o vírus zika pode causar", afirma.

TRANSMISSÃO INTRA-UTERINA
Nova análise confirma que o vírus é capaz de atravessar a placenta

1) A paciente
O laboratório recebeu amostras da placenta de uma paciente do Nordeste que sofreu um aborto na 8ª semana de gestação após relatar sintomas de zika

2) Exames
Foram feitos exames que confirmaram a infecção por flavivírus (gênero que inclui vírus de doenças como dengue, febre amarela e zika)

3) Na placenta
Exames de diagnóstico molecular identificaram a presença do genoma do vírus zika na placenta. Outro teste mostrou inflamação da placenta, o que indica que o vírus rompeu essa barreira

4) Células
O vírus foi localizado em células de Hofbauer, que atuam na manutenção da placenta e defesa do bebê. Essa célula poderia carregar o vírus, funcionando como um cavalo de Troia.

Fonte: Folha de São Paulo